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Visões de um caso
Battisti foi preso na Bolívia. Surpreendido pela polícia o italiano, condenado por quatro assassinatos, foi levado à Itália onde o espera a prisão perpétua.
O caso é rumoroso. Inegável o exagerado destaque relacionado a um foragido da polícia italiana que, desde 2007, circulava livremente no território brasileiro.
Por muitos tido como simples assassino e, por outros, como perseguido político, Battisti locupletou-se da liberdade concedida pelo governo brasileiro. Recorde-se que, em 2010, no último dia de seu governo, o então presidente Lula negou a extradição de Battisti para a Itália. O ato presidencial gerou, como não poderia deixar de ser, muita discussão. Juristas renomados condenaram a atitude do então presidente por, na opinião deles, proteger um criminoso julgado em tribunais europeus nos quais gozou de amplos direitos de defesa. Mas, para a esquerda brasileira o ato presidencial revestiu-se de acerto.
Quando na Itália Battisti fez parte de um grupo militante terrorista de esquerda, responsabilizado por atos ilegais. Embora Battisti negue os quatro homicídios pelos quais foi acusado, relataram-se provas consideradas suficientes para a condenação.
Mas, a nós brasileiros a que interessa essa história de um caso isolado ao qual se deu excessiva atenção e repercussão?
Em primeiro lugar não existem dúvidas quanto ao estranhamento em relação à proteção garantida pelo governo a uma pessoa condenada não só na Itália, mas referendada por tribunal superior europeu. Em segundo o também estranhamento em relação ao “modus operandi” da prisão e condução de Battisti à Itália. O fato é que o italiano parece não ter tido dificuldades em fugir do país, abrigando-se na Bolívia. Acrescente-se que, depois de ser preso, o esperado seria que fosse remetido ao Brasil de onde, extraditado, fosse enviado à Itália. Mas, o governo italiano houve por suprimir essa fase do processo ao enviar à Bolívia o avião que conduziria o condenado ao seu país.
No rescaldo, elogios ao presidente do Brasil por parte dos italianos. Na mídia brasileira comentários sobre o que se classificou como desrespeito dos italianos ao governo brasileiro. Na Itália críticas ao fato de Battisti ser apresentado como troféu pelo encarregado da segurança.
De tudo isso fica a entrevista do irmão de um dos quatro assassinados. Segundo ele, finalmente a justiça está sendo feita.