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O brasileiro e o futebol

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Aproxima-se mais uma Copa do Mundo e os brasileiros torcem pela reversão do último vexame. Fomos estraçalhados pela seleção alemã em pleno Mineirão: 7 x 1.

As esperanças estão ao lado do técnico Tite que fez renascer o famoso “escrete canarinho”. Sob o comando de Tite a seleção nacional classificou-se me primeiro lugar, na América, para a Copa que terá lugar nos gramados russos. Jogadores brasileiros de destaque nos campeonatos europeus vestirão a camisa da seleção nacional e espera-se consigam trazer mais uma vez o caneco ao país.

Entretanto, pesquisa recente revela que 41% dos brasileiros não se interessam pelo futebol. Esse número era de 31% em 2010. O aumento de 10% em oito anos é de fato preocupante.

Onde a febre que arrasta multidões aos estádios e gera o consumo de toda sorte de produtos e produções ligadas ao futebol? Teria a permanente crise brasileira desanimado os torcedores a ponto de não se importarem com o futebol?

Muitas razões podem ser citadas para o atual desinteresse. Prefiro apegar-me a uma delas: a baixa qualidade do futebol praticado entre nós. De fato, os jogos de campeonatos nacionais tornarem-se sonolentos. Raramente surgem os grandes jogadores capazes de improvisos que impulsionam as torcidas. Além do que não há como comparar o futebol hoje aqui praticado com o que se joga na Europa. Dias trás ouvi de um repórter que trabalha no velho continente que nunca se viu nos gramados europeus jogos de tão alta qualidade. Equipes como o Barcelona, o Real Madri, o Liverpool, a Roma e tantas outras protagonizam embates realmente inesquecíveis. Enquanto isso por aqui segue-se rotina modorrenta, com jogos nos quais são raros os momentos de emoção.

Verdade que os tempos são outros. O país não é o mesmo de 1958, ano em que ganhar jogo numa Copa parecia ser questão de vida ou morte. Acompanhavam-se partidas pelo rádio, torcendo loucamente pela seleção nacional. Ainda hoje se fala sobre a inesquecível derrota de 1950 quando mais de 150 mil pessoas boquiabertas viram o Uruguai sagra-se campeão em pleno Maracanã.

Soluções existem para renovar o espírito futebolístico dos brasileiros. Entre elas a doção de medidas sérias em relação a dirigentes, enfim , os homens que comandam o futebol.

Sabe-se lá…

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… em quem acreditar.

Em 1968 o povo foi às ruas do Rio na inesquecível passeata dos 100 mil. Líderes estudantis inflamavam a opinião. Verdadeira guerra entre estudantes e policiais estabelecera-se na cidade. A morte de um estudante no restaurante conhecido como Calabouço erguera a população em protestos. A missa de sétimo dia na igreja da Candelária por pouco não se transformara em tragédia. Costa e Silva era o presidente militar. Gama e Silva o Ministro da Justiça que no famigerado 13 de dezembro promulgaria o AI-5. Lutava-se contra a ditadura.

Hoje em dia respira-se cansaço. O brasileiro sente que não há para quem apelar. Desnudam-se membros da classe política envolvidos em negociatas. Campeões de votos não resistem a denúncias de envolvimento em atos de corrupção. O rei está nu.

O último bastião da democracia, o STF, debate-se com acusações que até o momento se revelam infundas. A PGJ é criticada pela má condução de seus acordos com personagens hoje acusadas de banditismo. A Justiça está sob judice. O cidadão comum já não crê cegamente nas atitudes e decisões de juízes.

A própria presidência da República vê-se acusada de corrupção. O presidente safou-se da primeira denúncia da PGR e aguarda, temerosamente, a segunda. Um ex-ministro é preso após a descoberta de 51 mi - em espécie - em um apartamento a ele emprestado por um amigo. O país se espanta com imagens de tanto dinheiro vivo em malas e caixa dentro de um apartamento vazio.

Enquanto isso segue a rotina dos brasileiros. Carência de serviços públicos, crise na saúde, violência crescente e por aí vai. Sabe-se lá no que isso vai dar.

Escrito por Ayrton Marcondes

12 setembro, 2017 às 11:41 am

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Como nunca antes?

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Pensar sobre a história do Brasil dá arrepios. Estabilidade mesmo talvez apenas a do Segundo Reinado. Tanto que monarquistas de carteirinha ainda acham que só a monarquia salvaria o país.

Não me lembro de ficar muito desesperado na época em que a inflação de dois dígitos era altíssima. Era o inferno, mas inferno com alguma lógica. Não havia a desconfiança nos homens que dirigiam o país. Podiam errar, mas a corrupção - que deveria existir - não vinha a público.  A culpa era da dívida externa, do FMI, dos americanos…

Hoje em dia jogamos o tal “resta um” embora talvez não venha a restar ninguém. A primeira delação de um executivo da Odebrecht fez tremer o país. Consta existirem mais 76 funcionários da construtora para esclareceram as falcatruas que envolvem a classe política. Restará pelo menos um? A ver o resultado do jogo.

O Brasil é um país formal regido pela informalidade. O “por fora” enriquece a minoria que tem acesso aos mais variados contratos públicos. Nada no que se toca permanece. Estruturas de belas aparências estão corroídas por dentro. Chegou-se ao limite.

Há quem diga que é preciso recuperar a esperança. Na Wikipédia lê-se que “a esperança requer uma certa perseverança - i.e., acreditar que algo é possível mesmo quando há indicações do contrário”. Mas como perseverar se a cada manhã as notícias de hoje são piores que a de ontem?

O rei está nu. Levantaram-se as cortinas que escondiam a podridão. O ano termina melancolicamente. Avisam-nos de que a queima de fogos na praia será menor que a da última passagem. Por economia, por falta de dinheiro.

Às vezes penso que o país só sobrevive - e sobreviverá - por conta da natureza de seu povo. O brasileiro não é um sujeito triste. Sabe como ninguém rir da própria desgraça e só a fome o derruba de verdade. É da fome que temos medo. O resto vamos levando.

Vida boa

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Duas mulheres conversam num ônibus. Uma delas diz que agora o Brasil vai para frente. A razão? Ora, os ricos estão sendo presos, a lei passou a valer para todos.  A outra mulher apenas sorri.  Mulher simples, arrisca o olhar para fora do ônibus. Não sonha. Apenas parece não acreditar no que a outra diz. Até que suspira e pergunta: mas, você acredita mesmo nisso?

Pois é. Não sei dizer desde quando entrou na moda a tal delação premiada. O sujeito movimenta propinas, enriquece, desvia, rouba e, no fim, se safa contando o que sabe. A fórmula é simples: basta roubar, devolver um pouco e, principalmente, alcaguetar seus parceiros. O jogo dá certo.  Condenados a 20 ou mais anos de prisão saem livres, nem sempre portando na perna uma tornozeleira eletrônica. Nem sempre? Sim, porque nem sempre tornozeleiras estão disponíveis: a empresa que as produz acusa o governo por não as pagar. Crise é crise: não há dinheiro.

Jornalistas escrevem indignados com a vida boa dos delatores. O cara sai rindo da prisão onde pouco ficou. Volta para residências de fino luxo onde dispõe de comes e bebes dos melhores. Aliás, tudo patrocinado pelas negociatas que o enriqueceram. É culpado pelo desvio de milhões. Muita gente sofre nas filas em busca de atendimento de saúde etc. Mas, o crime parece estar longe das consequência que provoca. No Brasil de hoje o grande farsante não guarda memória de seus malfeitos. Descobriu-se a via perfeita que garante a boa vida.

Entretanto, como se descobrir as maracutaias sem que alguns dos safados denunciem outros? É aí que mora a perversidade da situação. O Brasil de hoje está na mão de ladrões de casaca dos quais só se pode livrar perdoando os mais rápidos em denunciar.

As duas mulheres que conversam no ônibus na verdade não existem. Elas nada mais são que ínfimos números na escala de milhões de deserdados aos quais são servidos, em doses crescentes, o prato-feito de uma república falida.

Mas, o melhor é não pensar muito nisso. Afinal, há anos a viver pela frente e nada indica que o modo de ser da ladroagem venha a mudar. Conviver com o descalabro de cada dia é a regra. Acostuma-se.

No calor da hora

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Mais de 1 milhão de pessoas saíram às ruas em São Paulo, pedindo o fim do governo. Menos de 100 mil manifestaram-se contrários à mudança de governo. Nos jornais, diariamente, aparecem opiniões divergentes. Há favoráveis e contrários ao fim do atual governo.

Em ambos os lados se destacam radicalismos. Conheço um petista capaz de dar a vida por Lula se preciso for. Para ele tudo não passa de armação das tais “elites” que de modo algum podem aceitar a ascensão das classes mais baixas. A situação atual teria sido gerada por acordo entre os membros da classe dominante que não suportam conviver com o povão nos aviões, em shoppings etc. Cada um no seu lugar…. Sem esquecer a perseguição da imprensa.

Também conheço gente que já não tolera os erros do governo, as mentiras, as ações confusas e o “salve-se a qualquer custo” para se manter no poder. Dedo em riste um conhecido acusa o governo e seu partido de terem roubado escandalosamente, sendo o ex-presidente nada mais que vulgar chefe de quadrilha.

Esse o espírito do momento que desperta tão apaixonadas e acaloradas discussões. Enquanto isso, o país naufraga sem que seja possível qualquer tipo de acordo. O “nós contra eles” infelizmente tem sido estimulado e as consequências são imprevisíveis.

Pois é, as consequências. É do que menos se fala no calor da hora. Todo mundo sabe do perigo das paixões escancaradas. Casais se matam por paixão, isso acontece todo dia. Paixões são sempre perigosas. Pois não será demais dizermos que estamos a um fio de que tudo isso se torne uma convulsão incontrolável. Pode-se até mesmo dizer que o pavio da bomba está aceso.

Todo mundo sabe muito bem sobre tudo isso que está escrito acima. Entretanto, as coisas caminham como se estivéssemos num lindo parque verdejante, com muito sol e passarinhos cantando. Pois é sobre esse jardim mais feliz do mundo que alguém, dias atrás, estranhando o silêncio das forças armadas, perguntou: quando é que os militares vão entrar em cena?

Nossa!

Num país desconhecido

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O Simonal cantava: “moro num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza, que beleza”. A letra da música está errada: a palavra “tropical” deve ser substituída por “desconhecido”.

Não sei bem onde vivo. E me justifico: cara, que diabo de situação é essa? Como é possível que a cada dia mais e mais desmandos sejam revelados? De uma coisa sabemos: amanhã será pior que hoje. Novas bombas explodirão. Personagens entrarão nas nossas casas com discursos da mais completa desfaçatez. Farão isso como quem conta histórias de carochinha a crianças. Ou a adultos muito burros, incapazes de perceber as verdadeiras intenções de quem fala.

Amo o meu país, mas sinto-me constrangido em ser brasileiro. Envergonhado. Inaceitável que homens públicos se permitam performances tão lamentáveis. Agem fazendo-nos pagar o altíssimo custo decorrente de seus atos. O Brasil é um barco que desce o rio ao sabor das correntes. Barco sem capitão. Do salve-se quem puder. Da primazia pelos interesses menores.

Triste época essa que atravessamos e parece não ter fim. Você jura que amanhã não dará atenção aos noticiários porque já não aguenta tanta desordem e má fé. Mas, é impossível fugir. Aliás, como ontem quando fomos brindados com uma belíssima lição de solidariedade humana. Socorrer a quem necessita, sem outro interesse que não o de ajudar. Trazer no cerne da alma o belo sentimento de socorrer a quem precisa de apoio. Não abandonar o próximo e seus familiares à própria sorte.

Que bela lição. Tão edificante.

Futuro (im)previsto

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Há muitos anos um amigo viajou aos Estados Unidos para visitar a família com a qual morara na juventude. Ele fizera intercâmbio numa cidade de pequeno porte de cujo nome não me recordo.

Quando o amigo retornou batemos um papo sobre o que havia ele achado dos EUA. A coisa que mais o impressionara foi o fato de que os preços dos produtos se encontravam no mesmo patamar do tempo em que ele morara nos EUA. Anos passados o dólar mantinha-se estável e os preços também.

Ora, o que ele me dizia era simplesmente inimaginável. Estávamos em 1990, pouco depois do início do governo Collor. A inflação passara de cerca de 50% em dezembro de 1989 a 100% ao mês em março de 1990. O descontrole dos preços tornara-se insuportável. A cada semana os preços eram remarcados. Então Collor assumiu e colocou em prática seu terrível Plano Collor com o qual pretendia controlar a inflação. Sua medida mais drástica foi o confisco da poupança com bloqueio de investimentos acima de NCz$ 50 mil. Criava-se, também, nova moeda o Cruzeiro.

Foi o diabo. As pessoas tinham direito de retirar de suas contas valores de NCz$ até 50 mil o que era pouco. Aposentados se desesperaram. Nos bancos as filas eram gigantescas. A nova ordem gerou um caos que os responsáveis a custo tentaram contornar. Uma equipe de ministros comparecia seguidamente na TV para explicar ao povo a natureza do que estava se fazendo. Como se sabe, não deu certo.

Quem viveu a hiperinflação não tem saudades. De modo que se torna assustadora a evolução da atual crise brasileira. Especialistas garantem que o país está irremediavelmente quebrado. O PIB não faz frente ao crescimento da enorme dívida pública majorada pelos juros. A essa altura restam duas possibilidades ao governo: a elevação da inflação ou a moratória. É o que dizem os entendidos que não veem a curto ou a médio prazo remédio para o mau governo que dirige o Brasil.

Os brasileiros mais jovens não experimentaram o fel da hiperinflação. Talvez por isso discursos inflamados de defesa da situação atual façam eco em seus espíritos. É pena.

Tomara estejam errados os arautos do cataclismo econômico de que se avizinha o país. Não dá para viver outra vez tudo pelo que já passamos.

Harstazgo

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Clóvis Rossi escreve na “Folha” sobre “harstazgo”, palavra espanhola que, em português, significa “cansaço”, “esgotamento”. O jornalista refere-se ao cansaço dos argentinos em relação à crispação que Cristina Kirchner impôs ao pais. Trata-se do famigerado “nós contra eles” que também aqui não aguentamos mais.

Não se pode generalizar, mas supõe-se que entre nós o “harstazgo” é geral. Cansaço de tudo. Esgotamento em relação aos políticos e a crise que geram. Esgotamento em relação ao governo que se mostra incapaz de gerir o país. Cansaço absoluto de ouvir mentiras e mais mentiras, bazofias, explicações sem pé nem cabeça etc. Esgotamento de uma história sem fim na qual o nosso papel é igual ao dos passageiros de um trem sem rumo que sacoleja o tempo todo, provocando ânsias.

Tamanho o cansaço que já nos faltam forças para repetir a ladainha de mazelas. Violência, desemprego, tragédias como a do rompimento da barragem de Mariana, corrupção, petrolão… quem mais aguenta ouvir ou falar sobre isso?

O Brasil é o tipo de lugar onde o sonho é obrigatório porque a realidade só é suportável se a ela adicionarmos boas doses de ficção. O cidadão sai de casa acreditando-se imune a tudo, certo de que não será vítima de qualquer violência, que seu emprego está garantido, que sua família tem garantida todo tipo de assistência que venha a precisar. Pensando assim o cidadão vai levando a sua vidinha e quem sabe a ficção prepondere sobre a realidade e nos fim das contas tudo acabe dando certo.

Pois é. Assim as coisas se passam. Com muito “harstazgo”.

Pobre virou genérico

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Basta sair por aí trocando papos com conhecidos e estranhos. Hoje existe unanimidade quanto à incerteza. Ninguém sabe direito o que está por vir, mas sabe que coisa boa está fora de questão. Na esteira das incertezas fala alto o descrédito e a desesperança. Essas pessoas de terno e gravata que nos falam sobre a crise e os remédios a adotar para saná-las não nos parecem confiáveis. Mais parecem manipuladores de cifras astronômicas as quais, a todo custo, é preciso repor. Aliás, coisa impossível sem que o cidadão pague em novos impostos sua parte no espólio.

Tudo o que tinha que ser dito a respeito da situação atual do Brasil já foi falado e repetido. Milhares de palavras foram escritas quase todas para criticar o governo acusado de má administração. Do barco fazendo água tentam escapar muitos dos responsáveis pelo naufrágio anunciado. De repente alega-se desconhecimento e ausência de responsabilidade. Trata-se do salve-se quem puder pouco se importando com o país: o que interessa mesmo é a sobrevivência política. De olho nas próximas urnas é o mote.

Enquanto isso a situação se deteriora. Do que pouco se fala é dessa imensa massa de brasileiros que dão um duro danado e ganham merrecas de salários. No Brasil pobre virou entidade genérica. Usa-se “pobre” ou “pobres”. Quem são na verdade? Ora são “eles”. Quem? Bem, os que vivem nas periferias sem acesso aos mais básicos bens tais como água e esgoto. Saúde e moradia? Nem pensar.  E os que moram nos recantos distantes do país, nas regiões dominadas pela seca etc. Essa turma é a que mais sofre. São sofredores genéricos porque a face deles não interessa a ninguém.

Mas, eis que a reforma fiscal é anunciada. Cortes na carne do governo mais escalada de impostos reverterão a situação. Você ouve e não acredita. Então fizeram o diabo com o dinheiro público, meteram-se no maior escândalo de corrupção de que se tem notícia e agora pedem o dinheiro do contribuinte para salvar o país? Não dá, né?

Tempos de crise não deixam de ter lá seu lado curioso. Veja-se a atuação de grandes manipuladores de massa que não se calam, excluindo-se da própria responsabilidade e acusando outrem pela culpa que lhes pertence. Seria risível não fosse absurdo e envolvesse o destino de tanta gente.

É bom repetir que no Brasil pobres foram convertidos em entidade genérica. Também não custa lembrar de que pobre é gente de carne e osso que ganha pouco e não merece ser vítima de tanta manipulação e safadeza.

Redução de velocidade

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Não dá para dizer se a redução de velocidade nas marginais de São Paulo é necessária ou não. A prefeitura diz visar a redução do número de acidentes. Grande parte dos usuários entrevistados posiciona-se contra medida. O Ministério Público cobra da prefeitura as razões da redução. O prefeito não descarta a possibilidade de retorno às velocidades anteriores caso a mudança não apresente os resultados esperados.

O caso cheira improviso. Improvisa-se no Brasil. A economia em frangalhos parece ser tocada na base do improviso. Estabelecem-se metas para o ajuste fiscal que a meio caminho são mudadas. Economistas garantem que as metas inicialmente propostas eram irrealizáveis.

Fala-se sobre a fraqueza do executivo. O empenho do governo em vencer as eleições passadas, ainda que para isso o país fosse conduzido ao caos atual, mais que improviso cheira irresponsabilidade. Crescem as taxas de desemprego, as demissões são inevitáveis, a indústria se retrai, o comércio entra em desespero. Paga-se a conta da incompetência do executivo que parece não se dar conta de sua responsabilidade em relação à situação atual.

No país das propinas a corrupção assume ares vulcânicos. A Lava Jato coloca atrás das grades gente de colarinho branco. Presidentes do Senado e da Câmara Federal são acusados de corrupção. A classe política estremece frente a possibilidade de desmascaramento de seus integrantes.

Talvez o Ministério Público nem precise inquirir sobre as razões da redução de velocidade nas marginais. Este é o país do freio puxado, da economia reduzida no qual só a roubalheira se acelera. Portanto, nada mais normal que baixar os níveis de velocidade na grandes artérias das cidades.

Brasileiros, olho no velocímetro.