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As ditaduras
Recentemente, o novo presidente do STF referiu-se ao período de governos militares do Brasil como “movimento de 1964”. Afirmou, ainda, não se referir a “golpe”, nem “revolução”.
As afirmações do ministro despertaram fortes reações. Negar o que houve entre 1964 e 1985 é temerário, afirmaram personalidades da cena política e jurídica do país.
O mundo passa por momento no qual movimentos de extrema direita ganham força. Ditaduras estabelecidas em alguns países desrespeitam direitos básicos dos cidadãos. No Brasil a polarização da campanha política para a presidência da República preocupa não só brasileiros. A expectativa sobre o resultado das eleições e a continuidade da democracia no país é tema recorrente na mídia estrangeira.
Enquanto isso, assiste-se ao esfacelamento da Venezuela sob o comando de um presidente que submete o país às mais terríveis condições. Miséria e fome têm levado venezuelanos a sair de seu país, imigrando para países vizinhos. São de domínio público as péssimas condições em que os venezuelanos sobrevivem em terras alheias nas quais não encontram empregos e moradias.
Nos EUA um presidente para quem só existe seu próprio país age de modo imprevisível, bagunçando a economia mundial. O mais poderoso e rico país do mundo volta suas costas para as demais nações, rompendo acordos e mesmo pondo em risco a segurança mundial.
Tudo isso é muito sabido por todos. Os noticiários de cada manhã nos dão conta do agravamento de problemas sendo que, entre nós, boa parte das notícias referem-se à escalada da violência que já não tem mais freios no país.
Não será necessária muita reflexão para constatar que o mundo rapidamente se transforma em caldo de cultura para proliferação de extremismos bastante perigosos. Movimentos radicais crescem em países europeus enquanto, no Oriente Médio, guerras e terrorismo se confundem, levando à morte milhares de pessoas. Genocídios são com alguma frequência confirmados. Uso de gases tóxicos, embora condenados, são utilizados contra populações civis. Desesperadas, comunidades africanas arriscam-se às intempéries marinhas, navegando em barcos impróprios para a travessia até a Europa. Melhor arriscar-se a perder a vida que permanecer sob as condições dos lugares onde vivem. São frequentes naufrágios com grande número de vítimas.
Esse quadro desolador é apresentado a nós a cada manhã. O mais fácil é ignorá-lo em nome da sobrevivência. Mas, há dias em que uma notícia terrível nos pega mais forte e nos vemos diante de nossa fragilidade e impotência para mudar alguma coisa.
Entre nós talvez o voto possa fazer alguma diferença. Contribuir com pequenas somas de dinheiro para organizações mundiais de socorro aos necessitados também está ao nosso alcance. No mais resta-nos torcer para que os homens se entendam, deixando de lado a paixões, o racismo, a corrupção, enfim as formas de segregação e abusos que proliferam em toda a parte.