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De futebol; e de política. A coisa é tanta que, momentaneamente, o assunto mulher caiu para o terceiro lugar. Verdade que “mulher” está em terceiro, mas pegando rebarba em futebol que hoje ocupa o primeiro lugar. É que entre umas e outras “mulher” sempre aparece no discurso dos homens. Não é?

Pois está todo mundo correndo atrás de comparações entre as estratégias adotadas pelo técnico da Argentina – Maradona – e o do Brasil – o inimitável Dunga. Enquanto Maradona declara que, nas folgas, os seus jogadores poderão praticar sexo, beber vinho e comer churrasco, Dunga se sai com uma das suas. Assim falou Dunga:

- Nem todo mundo gosta de sexo, nem todo mundo gosta de tomar vinho ou de sorvete.

Ele disse isso se referindo ao que os jogadores da seleção brasileira poderão fazer nas suas folgas. Notem que se trata de uma declaração e tanto porque nos leva a supor que alguns dos valorosos craques da seleção nacional talvez sejam extraterrestres. Não que não seja possível a existência de gente que não aprecie sexo, vinho e outras boas coisas da vida. Convenhamos, porém, que esses rapazes estão, como se diz, na força do homem. Daí…

A colunista Barbara Gancia ataca o assunto na “Folha de São Paulo” de hoje e declara que vai torcer pela Argentina, seleção muito mais glamorosa. Não se pode concordar com extremismo de tal porte: torcer pelos arqui-rivais hermanos é simplesmente demais. Mas concordo que a cada dia vai ficando difícil torcer pela seleção brasileira. A verdade é que não está em formação a tal “corrente pra frente” e Dunga surge à frente da seleção como aqueles monges radicais de certos filmes que correm o risco de levar seus seguidores a um grande desastre.

Não vou torcer pelo Brasil, pela primeira vez na minha vida. Conservo bem vivas na memória as imagens de descaso da seleção de 2006 que mais parecia ilhada nas presunções pessoais dos jogadores, naquela época assemelhando-se a mercenários contratados, a peso de ouro, para uma missão que absolutamente não interessava a eles. Pois a isso se soma, agora, a “Era Dunga” que, cá entre nós,  é demais para qualquer um.

Bem, torcer pela Argentina nem pensar. Em assim sendo escolhi uma seleção que me pareceu simpática e cuja vitória se revestiria de grande importância para o seu país: a seleção da África do Sul. Cheguei a essa conclusão após assistir ao filme “Invictus” dirigido pelo Clint Eastwood. Em “Invictus” Eastwood recompõe o período inicial do governo de Nelson Mandela na África do Sul. Recém saído do regime de apartheid  - e estando muito vivo do ódio inter-racial - tinha Mandela a difícil missão de unir o seu povo. A saída encontrada pelo então presidente foi justamente a união do país através do rúgbi, esporte nacional da África do Sul. Grande filme, grande diretor, excelentes atuações de atores destacando-se Morgan Freeman no papel de Nelson Mandela.

Foi a partir de “Invictus” que escolhi a África do Sul como a minha seleção na Copa. Continuo firme na minha decisão de não mais torcer pelo Brasil. Entretanto, confesso que tenho receio de alguma recaída. Como ficarei quando a seleção entrar em campo? Será que naquela hora suprema, hora entre tantas nas quais nas nossas cabeças se passam os filmes das participações do Brasil em todas as Copas, as grande vitórias, as derrotas que tanto nos abalaram, será que naquela maldita e bendita hora conseguirei ficar indiferente?

Quem sabe, não?

Que nada. Avante África do Sul!