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O sentido de um crime
- Alô mãe.
-Alô
- Mãe eu fui seqüestrada. Eles querem oito mil reais. A senhora precisa depositar na minha conta, daí eles tiram com o meu cartão. Por favor, mãe.
- Pelo amor de Deus, filha. Quero falar com eles.
- Não tem jeito, mãe. São oito mil ou eles vão me matar.
- Mas eu não tenho. Me deixa falar com eles.
Silêncio. Agora fala uma mulher:
- Alô.
- Alô, aqui é a mãe da Mariana. Por favor, não façam nada com ela. Eu sou uma manicure, não tenho oito mil reais.
- Olha aqui, o prazo vence à uma e meia da tarde. Se até lá o dinheiro não for depositado a sua filha morre.
A sequestradora bate o telefone. Há três dias a filha desapareceu e liga todo dia para a mãe, dessa vez com ultimato dos sequestradores. A manicure desespera-se, não tem o dinheiro e vai à polícia.
Horas depois o crime é solucionado. A polícia prende Mariana que dormia num motel. A moça confessa que simulou o sequestro e a polícia identifica, numa gravação, a voz dela mesma fazendo-se passar pela sequestradora.
A mãe simplesmente não pode acreditar. A polícia descobre que Mariana foi duas vezes ao banco para conferir se o depósito dos oito mil fora realizado.
No fim, o delegado pergunta a Mariana a razão de fazer isso com a própria mãe. Ela faz cara de sentida e responde:
- Eu queria saber se ela gosta de mim.
Um investigador ouve e comenta:
- Eta mundo cão.