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Política e corrupção
No Brasil a gente nunca sabe direito no que pensar quando o assunto é política. Vá lá que sejam mais que esperadas idas e vindas de comportamentos quando o que estão em pauta são a Câmara e o Senado Federal, afinal há muita gente lá ligada a fontes que os patrocinaram e eleitores que neles votaram. Mas, como se dizia antigamente, o Brasil espera que cada um cumpra com o seu dever daí ser mais que lógico aguardar-se comportamento e atitudes dignas daqueles que carregam em suas costas os encargos a eles destinados pelo povo.
Entretanto, existe um nível superior, o dos ministros de governo, do qual não se pode duvidar. Ocupam eles cargos não eletivos aos quais são guindados a convite da presidência da República. Cada ministério, cada pasta, conta com verbas realmente colossais e cabe a ele destiná-las com probidade para que o país possa crescer e atender às necessidades da população.
Pois é no nível dos ministérios que ultimamente mais têm espocado os fogos das denúncias comprovadas disso resultando o afastamento de ministros. Dos cinco substituídos até agora, quando ainda não se completou o primeiro ano do novo governo federal, só um não saiu em função de denúncias de corrupção. Agora, avizinha-se a saída do sexto ministro ao qual se atribuem denúncias que pouco a pouco impossibilitam a permanência dele no governo.
Não é possível saber-se se, no passado, dado à maior lentidão das informações, a coisa toda já era assim esmo, só que os deslizes de ministros não transpareciam. Em todo caso a figura de um ministro de Estado sempre foi de grande respeito, sendo que não se pode negar que vem sendo depreciada nos últimos anos. Daí que ao cidadão comum vai-se passando a impressão de que na verdade política e corrupção mantém, entre si, ligação indissolúvel, tornando-se até “normal” que um deslize ou outro aconteça durante a vigência de um mandato em qualquer nível.
Houve tempo em que o exemplo vinha de cima, acreditem. Em épocas republicanas anteriores pessoas entravam na política e não enriqueciam com ela. De vários presidentes da República brasileira e de seus ministros pode-se dizer que permaneceram na mesma posição econômica de antes, isso durante e depois do governo. No caso dos primeiros presidentes a situação econômica de sua vida inteira beirou a pobreza. Em função disso, o que se espera, hoje em dia, é a moralização do trato com a coisa pública. Os brasileiros estão cansados de, a cada mês, receberem notícias que tal e tal ministro de governo está sendo acusado disso ou daquilo porque se envolveu nesse ou naquele assunto ligado a seus correligionários ou destinação de verbas federais.