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Enxaqueca
Estima-se que nos EUA 28 milhões de pessoas sofram de enxaqueca. Não sei dizer sobre o número provável de casos no Brasil, mas gente demais tem enxaqueca. De todo modo, a doença é mais comum em mulheres: para cada três mulheres que apresentam enxaqueca existe apenas um homem com o problema.
Problema? Problemão! As crises de dor lancinantes não escolhem hora e ocasião. Do nada inicia- se o ciclo doloroso com, hemicrania, vasos sanguíneos pulsando e todos os comemorativos das crises de enxaqueca.
Certos fatores predisponentes funcionam como gatilhos, dando início às crises. Esses fatores variam de pessoa para pessoa: odores, bebidas alcoólicas, tensões emocionais, nervosismo, cansaço, sons repetitivos e altos etc. Acontece de uma pessoa estar muito bem e, de repente, entrar em contato com um cheiro forte, como o de gasolina, por exemplo. A partir daí inicia-se o ciclo com dor progressivamente mais forte que, em alguns casos, é acompanhada de suor, mal-estar, vômitos e necessidade de recolher-se a ambientes sem luz.
Escrevo sobre esse assunto por fazer parte dos que têm enxaqueca e, com freqüência, verificar que muitas pessoas tentam combater o mal através do uso cotidiano de grandes quantidades de analgésicos. Aliás, é bom lembrar que o uso excessivo deles passa a potencializar ainda mais as crises. Existem tratamentos para enxaqueca que passam pela consulta a médicos especialistas. Se o mal não pode ser inteiramente curado, importa saber que há maneiras de minorá-lo, sendo que em certos casos chega-se à ausência de crises.
Quem tem enxaqueca sabe que ambientes de luz excessiva podem desencadear crises. Isso em geral acontece quando se passa de um ambiente de semi-obscuridade ou obscuridade para outro de muita claridade. Até pouco tempo não existiam explicações para esse fato que foi esclarecido por cientistas americanos em trabalho publicado pela Revista Nature Neurocience. Como se sabe, o nervo óptico tem a função de levar os estímulos luminosos recebidos pela retina do globo ocular até o cérebro, na região do tálamo. Segundo os cientistas, os neurônios da região do tálamo são muito sensíveis, sendo capazes de reconhecer, ao mesmo tempo, luz e dor. Isso representa que a luz contribui para aumentar a sensação dolorosa, amplificando-a.
Sejam quais forem os fatores desencadeantes ou as suas causas, a enxaqueca alia, ao sofrimento provocado pela dor, enormes problemas práticos para as pessoas que sofrem desse mal. Muitas pessoas têm dor de cabeça diariamente, inclusive durante os períodos de sono. Irritabilidade e queda da produtividade estão entre as conseqüências mais comuns da doença.
Mas, dá para ir em frente. Este texto, mesmo, foi escrito durante um período de dor de cabeça.