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Drácula - A história nunca contada
Boris Karloff sai de casa para combater o mal. Antes de sair diz aos filhos: se eu não voltar antes da meia-noite, não me deixem atravessar a ponte, matem-me.
A noite avança e os filhos homens aguardam ansiosos o retorno do pai. Então ouvem-se as doze badaladas de um sino distante. Pouco depois o pai atravessa a ponte a vem até a porta da casa. Ao vê-lo, os filhos não arranjam coragem para matá-lo: é próprio pai, a quem amam e respeitam, quem está de volta. O fim acontece em acordo com o previsto: o pai agora é um vampiro e logo seu comportamento estranho transforma-se em violência. Possuído por incontrolável sede de sangue o vampiro ataca e mata toda a família. Boris Karloff brilha no papel de vampiro sanguinário num filme B inesquecível.
Também inesquecível é aquele ‘Nosferatu”, de 1979, dirigido por Werner Herzog. Nosferatu, o vampiro, é o próprio mal. Embarca em viagem dentro de seu caixão e mata todos os tripulantes. Quanto o navio chega ao porto o horrível vampiro liberta uma centena de ratos que se espalham pela cidade. O horror anuncia-se pelas ruas onde transitam ratos guiados pelo vampiro.
Grandes filmes sobre vampiros causaram espanto ao longo dos anos em gerações de espectadores. Bela Lugosi, Christopher Lee e Karloff estão entre os maiores atores que deram vida a essas personagens. Ultimamente o cinema tem apelado para vampiros mais humanizados. Filmes como “Crepúsculo” e “Amanhecer” caíram no gosto popular com tramas inspiradas em livros de grande sucesso comercial. Entretanto, nem todos os filmes seguem as regras consideradas básicas na vida de vampiros. Sede de sangue humano, sensibilidade à luz do dia, temor a crucifixos e outras características nem sempre são obedecidas. Os novos vampiros chegam a se alimentar do sangue de animais, poupando seres humanos.
A cada nova produção surgem mudanças nos vampiros para adequá-los aos enredos dos novos tempos. Exemplo disso pode ser visto no filme “Drácula - A história nunca contada”, de 2014 no qual se contam as desventuras do príncipe Vlad cujo reino, a Transilvânia, é atacado pelos turcos. Para proteger sua família Vlad arrisca-se a tornar-se vampiro, havendo a condição de reverte a situação caso resista à tentação de ingerir sangue humano durante três dias. Além disso, mordidas de vampiro não tornam suas vítimas novos vampiros: é preciso ingerir sangue de um vampiro para tornara-se igual a ele.
Devagar e seguidamente busca-se adaptar as histórias de vampiros ao gosto das novas plateias de cinéfilos. Entretanto, mesmo com tramas bem elaboradas, corre-se o risco de desmitificar a imagem de seres essencialmente malignos, condição essencial dos vampiros. Não se deve esquecer de que vampiros são seres inescrupulosos, desalmados, maus, horripilantes e inimigos de humanos a quem tomam por vítimas. Seres malignos a quem só mesmo um golpe de luz do dia, a água corrente ou estacas de madeira ou prata enfiadas em seus peitos podem colocar fim à escabrosa existência.