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Avatar
Não fui aos cinemas para assistir ao filme do diretor James Cameron de quem guardo ótima impressão desde “Titanic”. Confesso que fui um pouco influenciado por críticas negativas a “Avatar”, grande parte delas contrárias ao que se considerou excesso de utilização de recursos tecnológicos. Não seria, essa a opinião, cinema integral e esse também parece ter sido o julgamento dos responsáveis pelo Oscar: ”Avatar” não foi agraciado com os prêmios mais significativos na grande festa do cinema norte-americano.
Por outro lado, tive algum receio de ver “Avatar”, justamente por ser um filme em 3D e requerer o uso de óculos especiais. Li que muita gente queixou-se de dor de cabeça após assistir ao filme e temi pela minha sempre inseparável enxaqueca.
Depois de tantos óbices acabei me rendendo à versão de “Avatar”, em blu-ray, que acaba de chegar ao mercado. O que posso dizer é que foram mais de duas horas de verdadeiro encantamento. Acredito piamente quando Cameron relata que escreveu o roteiro pensando em histórias que leu quando criança. Entre outras inúmeras qualidades, “Avatar” tem um enredo que busca não transgredir as regras das fábulas infantis. Não importa que se tenha acusado o enredo por ser “tradicional”; diria que é mesmo tradicional e de propósito porque ao inventar o mundo de Pandora o diretor não pode prescindir da única experiência que afinal possuímos: a humana. É por isso que em vários momentos o filme parece reportar-se a pequenas partes de histórias tantas vezes contadas, beirando por vezes clichês como aquele da luta final entre o “mocinho e o bandido”, duelo improvável em meio a uma guerra do futuro, mas a gosto das nossas memórias nas quais o bem deve ombrear-se com o mal.
Entretanto, falar sobre o enredo – aliás, perfeito e tantas vezes comovente sem ser apelativo – representa demorar-se demais num dos aspectos do filme. O importante é que o enredo se apóia num cenário virtual de grande beleza plástica. Não por acaso uma das personagens do filme é a Dra. Grace Augustine, uma botânica vivida por Sigourney Weaver, veterana em filmes de ficção. É ela a responsável pelo projeto Avatar que visa a interação dos humanos com os nativos de Pandora, os Na’vi. Para isso, é feita a mistura do DNA humano com o dos nativos, surgindo avatares - mentalmente comandados pelos humanos que cederam os seus DNAs. Esses novos seres circularão no mundo de Pandora, todo ele feito de uma natureza exuberante que a todo instante atrairá a atenção da pesquisadora interessada em compreender a ligação entre os nativos e o ambiente em que vivem.
É partindo de tais premissas que se desenvolve a ação na qual um ex-fuzileiro naval (Jake Sully vivido por Sam Worthington) tem seu avatar enviado para fazer contato com os Na’vi de modo a convencê-los a deixar o lugar onde vivem para que recursos minerais de interesse dos humanos sejam explorados. É através de Jake que os espectadores entram em contato com o mundo dos Na’vi e passam a compreender a força das ligações deles com a natureza. Magia, animais e vegetais estranhos, divindades e um mundo de beleza incomparável surgem aos nossos olhos. É a esse mundo maravilhoso que os humanos querem tomar, por bem ou por mal. De nada valerão os valores transcendentais dos Na’vi diante dos avanços tecnológicos trazidos a Pandora para subjugá-los. Entretanto, nem tudo estará perdido: Jake não foi trazido a Pandora por acaso, há entre ele e os deuses uma ligação maior que definirá a trama do filme.
Cabe acrescentar a essas notas rapidíssimas que não pretendem figurar como crítica do filme, a riqueza de detalhes trabalhados por James Cameron: Pandora é um mundo imaginário que se sustenta; os Na’vi têm muito do modo de ser e crenças de civilizações antigas que se aperfeiçoaram com o passar do tempo; as florestas virtuais criadas por computadores obedecem à lógica da vida, ultrapassando em muito a exuberância das florestas tropicais que conhecemos, abrigando um tipo de força desconhecida, mas intensa; a tecnologia utilizada pelos seres humanos em Pandora é possível; o filme divulga - e não subliminarmente - a mensagem do perigo que representa a destruição da natureza pelo homem.
Se você não viu “Avatar” e não quer saber de 3D não deixe de assistir à versão em blu-ray. Ela parecerá bem melhor se a sua televisão for uma dessas modernas full-HD.
Desaquecimento Global?
A cultura relacionada ao aquecimento global está bem estabelecida e é de conhecimento público: emissão de gases estufa, aquecimento, degelo das calotas polares, elevação do nível dos oceanos, alterações climáticas etc. Contam a favor do aquecimento um sem-número de ocorrências climáticas que podem ser consideradas incomuns dada as suas frequências. Entre elas se alinham os espantosos níveis de pluviosidade atualmente observados, as altas temperaturas de um verão que avança pelo outono, os tsunamis, ciclones, tornados, inundações etc.
O aquecimento global é ensinado nas escolas, faz parte dos materiais didáticos e tem gerado discussões enormes entre as potências do mundo que são responsabilizadas pelas emissões de quantidades excessvas de gás carbônico. Entretanto, vez por outra, surgem vozes dissidentes como a dos geólogos José Reinaldo Bastos da Silva e Celso Dal Ré Carneiro.
Bastos e Carneiro publicaram no jornal “O Estado de São Paulo” de 31 de março um artigo intitulado “Desaquecimento Global”. Segundo os dois geólogos o planeta Terra está, atualmente, numa era interglacial, sendo a temperatura média da Terra igual a 15º C. Inexiste, portanto, aquecimento global. Isso se explica porque a dinâmica climática é controlada por fatores astronômicos, atmosféricos e tectônicos. Embora nem tudo esteja esclarecido o fato é que tanto o aquecimento como o resfriamento global são naturais, embora esses fenômenos possam ser amplificados pela ação devastadora do homem sobre a natureza.
Inexiste, portanto, a necessidade de salvar o planeta de vez que os fenômenos são cíclicos. Na verdade o foco é outro: é preciso salvar a espécie humana que destrói o hábitat onde vive.
Falar em desaquecimento global é navegar contra uma corrente geral que assimilou a idéia de aquecimento. Tempos atrás se divulgaram notícias sobre maquiagem de dados relacionados à elevação da temperatura terrestre. A farsa, se aconteceu, teria motivações políticas, visando influir nas reuniões dos países ricos a respeito da preservação ambiental.
Enfim as coisas estão nesse pé, com a balança pendendo para o lado do aquecimento. Mas, é importante frisar que Bastos e Carneiro não estão sozinhos: há pessoas na comunidade científica que comungam da idéia de desaquecimento global.