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Eder Jofre
Vi foto recente de Eder Jofre. A velhice não perdoa ninguém. Aos 82 anos o antigo pugilista é pálida imagem do gigante que foi dentro dos ringues.
Os mais novos certamente não fazem ideia de quem foi Eder e do impacto de sua brilhante carreira no país. Eder foi demais. Em 1960 derrotou o mexicano Eloy Sanches e se tornou campeão mundial na categoria dos peso-galo. Treze anos depois, em 1973, conquistaria o título mundial na categoria dos peso-pena.
Eder fez parte do triunvirato de esportistas que, na mesma época, elevaram o nome do esporte brasileiro no exterior. Pelé, no futebol, Maria Esther Bueno, no tênis, Eder no pugilismo. Orgulho da gente brasileira esses três atletas eram tidos como o que de melhor a nação produzira. De Eder me recordo de algumas de suas lutas. Uma delas em defesa do título mundial, realizada no Ibirapuera. O adversário era o inglês Jonny Caldwell que chegara ao Brasil garantindo vitória. Na época - a luta foi em 1962 – os jornais locais insistiam em caracterizar o irlandês com ares de alguém que vinha de um povo que se considerava superior. Verdadeiro ou não o fato despertava os brios dos torcedores locais. No ringue Caldweel levou uma surra de Eder, sendo nocauteado. Os jornais do dia seguinte traziam foto de Caldweel de joelhos na frente de Eder. Era a Europa…
Dias atrás o jornalista esportivo Luís Menon escreveu sobre entrevista que fez com Eder há poucos anos. Na ocasião Menon pediu a Eder que desse um soco em sua mão. Queria o jornalista ter noção da potência do golpe, embora Eder já estivesse envelhecido. Eder negou, dizendo ao jornalista que ele não aguentaria. O jornalista insistiu. Eder aplicou o golpe. Segundo Menon a mão ainda doía passada uma semana do dia em que fora golpeada.
Assim era Eder. Inesquecíveis suas lutas, sempre com o pai, Kid Jofre, no corner do ringue a orientá-lo durante os combates.
Em bom momento chega aos cinemas o filme “10 segundos para vencer” no qual se destacam a carreira de Eder- o Jofrinho - e sua relação com o pai, Kid Jofre. Tem sido destacadas as atuações de Daniel Oliveira, no papel de Eder, e de Osmar Prado, no papel de Kid Jofre. Grande oportunidade para os que não tiveram a acompanharam a carreira de Eder no tempo em que ocorreu. Aliás, na época ouvíamos as transmissões das lutas pelo rádio, dado de que não se dispunham de transmissões televisivas das mesmas. Mas, os interessados podem assistir a vídeos das lutas de Eder, disponíveis no Youtube.
Em nosso país, até hoje, não surgiu pugilista comparável ao grande Eder Jofre.