Eduardo Cunha acusado de receber propina at Blog Ayrton Marcondes

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Ninguém está a salvo?

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O presidente da Câmara Federal é acusado de ter recebido propina com dinheiros advindos do petrolão.  Desafeto do governo Eduardo Cunha tem nas mãos o poder de iniciar o processo de impeachment contra a presidenta da República. O caso ganha notoriedade, não se fala noutra coisa em Brasília. A classe política agita-se. Aliados de Cunha começam a debandar. Já não se pode apoiar alguém apontado pelos bancos suíços como proprietário de quatro contas nas quais foram feitos grandes depósitos. Publica-se que a mulher de Cunha gastou mais de 800 mil dólares, debitando esses valore em seu cartão de crédito. Fala-se que a situação de Eduardo Cunha é insustentável. Ele? Ora, nega tudo. Tem bala na agulha para detonar o governo e arrastar muita gente para o fundo do precipício. Se cair, não cai sozinho.

Enquanto isso o país naufraga. O governo erra seguidamente e sofre repetidos reveses. A mudança de ministros e o corte de ministérios parecem não ter logrado aplacar a fome de benesses pelas quais lutam deputados. Acordos do governo com o baixo clero político não deram certo. A economia vai de mal a pior. O ministro da Fazenda labora em batalha ingrata, havendo movimento para culpa-lo pela situação econômica do momento. Partidários da presidenta criticam seu governo e as medidas adotadas. Financistas e economistas vêm a público para anunciar o pior dos mundos. O país perde cada vez mais credibilidade no exterior. A crise espanta investidores, o dólar bate recorde, a inflação em alta, o desemprego cresce. Até haitianos que vieram recomeçar suas vidas no país estão dando o fora.

Mas, a pergunta que não quer calar é a seguinte: fosse Eduardo Cunha partidário do governo, teriam começado e seguido no mesmo ritmo as investigações sobre ele? Talvez sim, talvez não, provavelmente não. Nesse caso a celebridade e a oposição teriam custado caro demais ao presidente da Câmara. Tivesse ele continuado como simples deputado estaria na situação atual?

O caso Cunha nos faz pensar sobre o perigo de serem feitas investigações sobre muitos dos membros da classe política. Não será possível, indo-se a fundo, revelar-se que muita gente tem culpa no cartório?  Afinal, em quem devemos acreditar?

As denúncias que correm contra o presidente da Câmara Federal são inaceitáveis e a previsão é que renuncie ou venha a ser afastado do cargo.  Enquanto nada se decide tudo como dantes no quartel de Abrantes.