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Em quem votar?
Aproximam-se as eleições municipais. No próximo dia 7 de outubro os brasileiros irão às urnas para escolher prefeitos e vereadores que constituirão as Câmaras Municipais. Sendo o voto obrigatório em nosso país ninguém poderá se furtar ao dever de votar, sendo necessário justificar-se em cartório em caso de não comparecimento.
Até as eleições os brasileiros terão tempo suficiente para analisar as propostas dos candidatos e escolher aqueles que receberão a confiança de seus votos. Trata-se de um período muito útil para a prática do civismo, ponderando os eleitores sobre os problemas das cidades onde vivem e a melhor forma de solucioná-los. O que se busca é a melhoria da qualidade de vida, mais segurança, oportunidades de trabalho, assistência à saúde, boas escolas, cuidados com a água e o esgoto e por ai vai. Entretanto, é justamente ao refletir sobre as necessidades públicas e o modo de saná-las que o eleitor se defronta com dúvidas tremendas ligadas à escolha dos candidatos em que votará. Mas, por que a escolha é difícil?
Muitos fatores podem ser citados para responder à pergunta anterior. O caminho mais fácil talvez seja justamente o de se prestar atenção à propaganda eleitoral atualmente em curso nos meios de comunicação. A verdade é que, excetuando-se alguns casos realmente bizarros, verifica-se que praticamente 100% dos postulantes a cargos públicos falam a mesma coisa, prometendo muito, até mesmo coisas que jamais serão realizadas por inexequíveis. Melhorias na educação e na saúde fazem parte, por exemplo, da quase totalidade das propostas embora na maioria das vezes quem assim propõe não seja capaz de detalhar os meios para que isso seja realizado. E que dizer das visitas de candidatos a bairros onde vivem populações menos favorecidas aos quais certamente eles não voltarão depois de eleitos? É muito fácil falar diretamente aos pobres no sentido de aliciá-los com promessas em troca de votos. Calçamento de ruas de terra, introdução de rede de esgoto, legalização de terrenos onde já existem casinhas construídas sem posse de escrituras, iluminação pública a jato, construção de pronto-socorro na periferia, tudo isso é prometido a cada quatro anos por ocasião de eleições sem que pouca coisa ou mesmo nada seja levado em frente.
Os candidatos com maiores probabilidades de serem eleitos em geral são os de sempre, os mesmos de antes que pouco fizeram em gestões anteriores e, muito provavelmente, não farão grande coisa caso retornem ao poder. Os mais novos em geral mostram despreparo para a coisa pública e não empolgam. Talvez por isso o dia 7 de outubro mais pareça aos eleitores um momento de cumprir a obrigação imposta que de escolher pessoas nas quais confiam para ocupar cargos públicos tão importantes.
Mas, não que se perca a esperança. O brasileiro é otimista e quem sabe desta vez as coisas se passarão de modo diferente. Bons políticos serão eleitos, a corrupção será banida do país e os municípios receberão impulsos de crescimento e aprimoramento nos anos que virão. Afinal, é assim que se constroem nações fortes nas quais a qualidade de vida é um bem ao alcance de todos.
Resta votar bem e esperar.