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Atlântida
Segundo Platão a Atlântida ficava para além das Colunas de Hércules (estreito de Gibraltar). Era uma potência naval que invadiu parte da Europa Ocidental. Existiu até 9600 anos aC e foi tragada pelas águas do mar. Segundo Platão teria desaparecido por algum tipo de acidente natural. Desde a Antiguidade Clássica discute-se a existência da Atlântida embora seja negada atualmente. Mas, na literatura e no cinema o mito permanece.
A questão ambiental, atualmente em voga, suscita receio em populações que vivem junto à orla marítima. Aumento da temperatura ambiente, degelo das calotas polares e elevação do nível dos mares colocam em risco a existência de ilhas e cidades. As Ilhas Salomão, há pouco foram atingidas por um tsunami, estão entre as regiões ameaçadas. A mesma coisa se pode dizer de Kiribati, país insular sobre o qual pesa a previsão de acabar em cerca de 30 anos. Mesmo cidades como Veneza não estão livres desse tipo de ameaça.
Terremotos e tsunamis são devastadores. A mesma coisa se pode dizer de furacões que, em certas épocas do ano, são comuns em áreas como o Caribe. A força do mar é inacreditável. Quem vive em cidades situadas junto à orla marítima conhece essa força e os perigos dela decorrentes. Movimentações de placas tectônicas e maremotos promovem enormes deslocamentos de águas, gerando ondas gigantescas contras quais nada se pode fazer. O mar arrasta tudo o que encontra pela frente. Imagens assustadoras relacionadas a tsunamis deixam-nos perplexos. Elas expõem com crueza a fragilidade de nossas casas, bens e do próprio homem.
Quase nada se pode fazer em relação a eventos de tal magnitude. O desaparecimento dos grandes répteis provocado pela colisão de um meteoro contra a Terra ilustra bem a precariedade da segurança do mundo em que vivemos.
Entretanto, no momento nossa atenção tem sido chamada para as consequências de um evento natural sobre o qual é possível não só prever como minorar os desastres e sofrimentos por ele provocados. Trata-se do período de chuvas intensas que acontecem neste início de ano. Deslizamentos, mortes e grande destruição fazem parte do noticiário desses dias. Como sempre surgem promessas de investimentos que impeçam alagamentos, deslizamentos etc. Mas, a chuva passará em algum tempo e as promessas ficarão sem ser cumpridas.
A existência de um continente que afundou estimula o pensamento. É de imaginar cidades e a população da Atlântida desaparecendo nas águas do mar. Entretanto, há que se cuidar para que evento de tal natureza não venha a acontecer nos dias que correm. Exércitos possuidores de armas de grande poder de destruição estão em franca atividade. Ameaças de conflitos com o uso de armas atômicas são não são de todo improváveis. A Atlântida não deve ter existido. Mas, nos serve de exemplo sobre o começo e fim de uma civilização.
Avanço das águas
Mares são lindos, mas perigosos. Não há fim de semana em que não recebamos notícias sobre afogamentos. A história se repete. Há sempre alguém que não sabe nadar surpreendido por uma onda que o arrasta para longe. Turistas de um dia descem a serra para gozar as delícias da praia. Muitos não voltam para casa.
Dias atrás um caso comoveu a opinião. Recém-casados de véspera, o rapaz e a moça foram tragados pelas águas marinhas. Afogaram-se os dois em seu primeiro dia de lua-de-mel. O desespero das famílias inconformadas foi o corolário da tragédia anunciada. Se o mar já é perigoso para nadadores hábeis que dizer daqueles que se arriscam sem saber nadar?
O mar tem fome de terra. É preciso conter suas incursões, preservar a terra. Mas que fazer quando a elevação do nível dos mares acontece, quando as razões desse fato são desprezadas? O efeito estufa?
Viver à beira-mar tem seus encantos. Há quem aceite a presença do grande vizinho sem nada interpor. Quanto a mim sempre me acossa a possibilidade de, certo dia, erguerem-se ondas gigantescas que invadam a cidade. Um tsunami. Como fugir dele quando estamos a poucos metros da praia?
Mas, nãos se trata disso. Noticia-se que até 2100 o mar invadirá regiões costeiras em todo o mundo. Estima-se que 300 milhões de pessoas serão atingidas em todo o mundo. Nossa região, a da Baixada Santista, não ficará de fora do evento. O mapa no qual se inserem dados com invasões previstas mostra grande alterações na área de Cubatão. O mar vai engolir muita terra por aqui.
Grande parte das catástrofes é previsível e contra muitas delas pouco há a se fazer. Os furacões que assolam o Caribe, fazendo vítimas e destruindo cidades, não podem ser contidos. O mesmo não se pode dizer em relação ao aumento do nível dos mares. Políticas que favoreçam a redução do efeito estufa concorrerão para evitar tragédias anunciadas.