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A tentação do smartphone

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O meu celular não é um smartphone. Trata-se de um aparelhinho da Nokia com telinha na qual aparecem os ícones de algumas poucas funções. É pequeno, cabe bem no bolso da calça e posso dizer que dá bem para o gasto. Não filma, mas permite tirar fotos de baixa qualidade. Com grande esforço é possível acessar a internet, mas isso não dá muito certo porque a tela é de fato pequena. No mais permite armazenar na memória os telefones para os quais ligo com frequência e tem um joguinho de destruição de blocos que ajuda a manter a paciência em ordem nas salas de espera de médicos.

O problema - ah o problema! - é que agora todo mundo tem um smartphone. Falam-se maravilhas sobre os smartphones, a começar pelo fato de que você simplesmente não se pode negar a essa modernidade que o coloca na primeira linha das engenhocas eletrônicas. Os smartphones filmam em full HD e permitem fotografar com qualidade para impressão. Acessam a internet facilmente daí que o usuário dispõe de notícias em tempo real, isso sem falar na troca de mensagens e e-mails. No fundo são muito mais que telefones, aliás, telefonar é a função mais básica deles. Isso sem falar na infinidade de aplicativos disponíveis para downloads. O proprietário de um smartphone tem à mão a possibilidade de escolher os aplicativos de seu interesse, inclusive os que podem ajudá-lo profissionalmente. Pode, também, falar em tempo real com outra pessoa vendo a imagem dela através de um programa chamado Skype.

Fantásticos esses smartphones, não? E como são lançados modelos cada vez mais eficientes e aperfeiçoados deles. Daí que causam verdadeiro encantamento nas pessoas conforme qualquer um pode verificar ao passar defronte uma loja que vende telefones. Em geral é preciso pegar senha e esperar bastante para ser atendido por um funcionário das companhias telefônicas. Sempre tem gente esperando na fila, caso queira você pode observar de perto a febre que os smartphones despertam nos consumidores.

Mas, volto ao começo: não tenho um smartphone e resisto bravamente a adquiri-lo. Não se trata de implicância, nem resistência a fazer parte do modismo. Confesso que dá para perceber o olhar de reprovação de algumas pessoas quando toca o meu celular e tiro do bolso o meu pobre Nokia. Mas, que se danem esses metidos. Para mim o problema de passar para o smartphone é me convencer de que de fato preciso dele. Acontece que o meu celular dá conta das minhas pequenas necessidades em relação à telefonia. Então, se tudo está bem, por que mudar?

Escrevo sobre isso porque dias atrás tive a oportunidade de manusear um smartphone durante algum tempo. No começo achei aquilo tudo uma grande bobagem, mas essas engenhocas foram inventadas para atrair o desejo até mesmo dos usuários mais resistentes. Pois não é que, de repente, notei que estava me adaptando ao smartphone, achando-o muito interessante?

Agora estou na fase da dúvida. Ontem me peguei olhando para o meu velho celular com algum enfado.  Nele não recebo notícias em tempo real, não posso usar o Skype, nem tenho joguinhos para matar o tempo…

Ihhhh….