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É só um negócio
Pelo menos nos países ocidentais o tabu da virgindade anda abalado há bom tempo. Hoje em dia homens deixaram de exigir o selo de castidade e se casam na maior com mulheres que não são virgens. Existem os resistentes que radicalizam: mulher que se deitou com outro homem não serve para ser esposa. Mas, o que corre é que as moças que sobem ao altar deixaram a virgindade para trás e os homens que se casam com elas parecem não se importar com isso.
Sei que há quem não concorde com nada do que foi dito no parágrafo anterior. Imagino que existam por aí homens que não admitem mulher que não tenha sido “só deles”, cabendo-lhes a glória de desvirginá-las. Também é de se citar o observado em culturas como a muçulmana com os requisitos de excisão do clitóris e infibulacão da vagina. Trata-se da misoginia expressa em seu mais alto grau.
Conheci no passado homens que se casaram e largaram as mulheres porque constataram que não eram virgens. Um deles, já falecido, casou-se com moça de grande beleza e não suportou descobrir que ela já não era virgem. Apaixonado que era largou-a e sofreu muito a ponto de nunca mais ter-se casado. Viveu sozinho até o fim enquanto a sua bela amada teve filhos e netos como acontece com todo mundo.
De todo modo virgindade é tema para entendidos que se balizam em aspectos sociais, religiosos e psicológicos para formular explicações sobre o assunto em cada cultura. Afora isso sobram as generalizações e a surpresa quando a virgindade volta a ser lembrada por algum tipo de ocorrência inusitada. Esse é bem o caso dessa moça de uma cidade de Santa Catarina que decidiu leiloar a sua virgindade pela internet. Ela tem 20 anos de idade e o leilão está sendo realizado por uma produtora australiana. Entrevistada a moça diz que não considera isso prostituição e avisa que usará o dinheiro para construir casas populares.
A moça perderá a virgindade durante uma viagem de avião na qual o vencedor do leilão poderá possuí-la, mas seguindo regras como não fazer uso de brinquedos eróticos, não beijar, etc. O cara terá pagado para romper o hímen e a isso terá direito. Simples assim.
Obviamente, o caso da catarinense chama a atenção pela singularidade. Mostra que no mundo existe gente para tudo, inclusive para pagar pelo ato de romper um hímen. Quanto à moça, bem, é o que ela quer fazer, não? E daí?
Minha avó diria que o mundo está cada vez mais louco. Minha mãe concordaria com ela. Não me atrevo a suspeitar a respeito da opinião das mulheres de hoje em dia sobre uma coisa assim. Mas, no fim das contas talvez a razão esteja mesmo com a moça que está prestes a perder a virgindade com um estranho dentro de um avião. Ela disse:
- É só um negócio.