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Vida vegetativa

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Acontece em animais e plantas. Nos seres aquáticos denominados esponjas, por exemplo, há uma forma de reprodução  na qual forma-se uma estrutura de resistência chamada gêmula. A gêmula é capaz de resistir a condições ambientais adversas. Quando as condições se tornam novamente favoráveis as gêmulas se desenvolvem e um organismo começa a ser formado  a partir delas

Nos seres humanos  pode ocorrer o chamado  “estado vegetativo”. Ele acontece apenas quando ocorre algum dano cerebral, temporário ou permanente. Pessoas que entram em coma simplesmente “apagam” e muitas vezes, dependendo da causa que os levou a esse estado, podem permanecer assim por tempo indeterminado. Na verdade existem diferentes níveis de consciência após um dano cerebral. Há pessoas que permanecem conscientes, mas não conseguem se mover; existe a morte cerebral para a qual não há remédio dada ser irreversível; e o estado vegetativo no qual a pessoa praticamente não consegue relacionar-se com nada do meio que a cerca.

Ontem, numa dessas rodas de pessoas que falam um pouco sobre tudo, surgiu o assunto “vida vegetativa”. Um dos presentes falou sobre um livro que tinha lido. Trata-se da história de um homem que permaneceu 18 anos em estado vegetativo e subitamente “acordou”. O relato desse homem não deixa de ser interessante: durante os 18 anos - ou em parte deles - ele conseguia ouvir o que as pessoas diziam, mas não conseguia movimentar-se ou fazer qualquer tipo de contato com alguém. Ele foi mantido vivo por recusa da família em desligar aparelhos ou abandonar tratamento. Mas, era bem o caso de alguém perdido para sempre que, sabe-se lá porque, retornou à normalidade.

Esses casos são difíceis. Acompanhei de perto alguns estados comatosos. Num deles estava em coma um presidiário recolhido ao Manicômio Judiciário. Homem de altíssima periculosidade. Em coma no leito do hospital, ainda assim mantinham-se três guardas armados para detê-lo caso viesse a se recuperar. Mas, o grande bandido morreu. Outro caso foi de um jovem, acidentado no trânsito, que ficou dez dias em coma. A família já se desesperava e preparava-se para o pior quando o rapaz, contrariando os prognósticos médicos, abriu os olhos e começou a falar.

Nos estados vegetativos existe sempre a dúvida sobre como conduzir o tratamento e até mesmo em interrompê-lo. Agora divulga-se notícia sobre novos tipos de exame envolvendo imagens cerebrais que dariam conta das possibilidades, ainda que remotas, de recuperação dos doentes. Assim, as imagens, obtidas através e eletroencefalografia, contribuirão para melhora dos procedimentos a serem adotados em casos de estado vegetativo.

Não imagino como seja esse desligamento total. Pessoas acidentadas com ferimentos graves na cabeça que entram em coma relatam não ter memória dos acontecimentos a partir do momento do acidente, às vezes nem mesmo do próprio acidente.

As novas técnicas com o uso de imagens para casos de estado vegetativo são de fato uma excelente notícia dado que contribuirão para que os médicos possam aconselhar com mais precisão aos familiares sobre o que deve ser feito em relação à pessoa doente. Isso é o que afirma o médico Adrian Owen, neuropsicólogo, e um dos autores da pesquisa sobre as imagens cerebrais.