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As copas
As gerações se sucedem. Costumava-se definir o aparecimento de uma nova geração a cada 25 anos. Hoje em dia o prazo é de mais ou menos 10 anos. De todo modo ai estão os “Baby Boomer” e as gerações X, Y e Z.
A geração Baby Boomer surgiu após o final da Segunda Guerra Mundial, terminada em 1945. Pertenço à Baby Boomer, de modo que os anos 50 do século passado foram os que presenciaram a infância da minha turma.
Em se tratando de Copa do Mundo a minha memória remete á Copa de 50, realizada no Brasil. Muita gente se lembra de fatos da sua mais tenra infância. Não estou entre eles, mas de algum modo ficaram-me gravados acontecimentos relacionados à derrota do Brasil diante do Uruguai, no Maracanã. Talvez a grande comoção gerada pela perda da Copa em nosso país tenha sido a razão de ter guardado cenas daqueles momentos, embora, na ocasião eu tivesse pouco mais de três anos de idade. Lembro-me de meus pais e algumas pessoas junto ao rádio da sala de nossa casa, ouvindo o desenrolar da partida. Em particular guardei o desespero dos presentes no instante em que o locutor gritou a palavra gol, certamente o segundo gol que daria a vitória ao Uruguai como vim a saber mais tarde. Lembro-me de minha mãe dizendo que o Brasil ainda reagiria, pois, o jogo não estava terminado.
A copa de 1954 terá passado completamente despercebida para mim. Mas, em 1958, lá estava eu ao pé do rádio, vibrando, torcendo loucamente pela nossa seleção.
De lá para cá acompanhei todas as copas, algumas conquistadas pelo nosso selecionado. Mas, se perguntarem qual a copa que terá recebido de mina parte maior atenção e torcida, certamente será a de 1958.
Aquele era um outro Brasil. A vitória na Copa servia-nos como justificativa de presença no mundo. Inaugurava-se uma era de vitórias. Pelé surgia para a história do futebol. Maria Esther Bueno era a gigante no tênis. Eder Jofre nosso “galinho de ouro” no box. Na música a Bossa Nova começava a espalhar no mundo o novo som do país. Em agosto de 1958 ouvíamos no rádio João Gilberto cantando “Chega de Saudade”.
A efervescência do país se prolongaria até 1964. Ganháramos a Copa de 62 com atuações formidáveis de nossos ídolos. Dois anos depois Jango caiu e a ditadura foi instalada, mas isso já é outra história.