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O muro
Jean Paul Sartre publicou “O Muro” em 1939. A trama se passa durante a guerra civil espanhola. Pablo Ibbieta, o narrador, é um dos voluntários progressistas que foi para a Espanha para ajudar na luta contra o fascismo de Franco. Capturado junto com outros dois é preso, interrogado, e passa a noite numa cela. No alvorecer será fuzilado.
O confronto com a morte próxima mostra a Pablo como a morte altera de modo radical como tudo se figura a ele. Memórias, amigos, familiares, objetos se mostram de outro modo diante da certeza da morte. Pesa a Pablo a indignação pela falsidade da vida que à força se interrompe.
Pela manhã os dois companheiros de Pablo são levados e fuzilados. Ele é submetido a novo interrogatório. Garantem a ele que se indicar onde se esconde Ramon Gris, será poupado. Dão-lhe tempo para pensar. Na volta Pablo responde que Gris está num cemitério.
Mais tarde Pablo é devolvido ao pátio e ouve de outros presos que Gris foi encontrado e fuzilado. Para Pablo Gris já não se escondia no cemitério, por isso dera essa indicação. Entretanto, Gris voltara ao antigo esconderijo e lá fora encontrado e fuzilado.
“O muro” tem vários significados. Além de representar o lugar onde se dão os fuzilamentos e a separação entre a vida e a morte o muro também representa a separação entre indivíduos.
Nesses dias o governo da maior potência mundial está paralisado. Milhares de funcionários públicos não recebem seus salários. O presidente Trump nega-se ao fim da paralização, exigindo que o Congresso libere verba para a construção de um muro na fronteira com o México. Trump alega ser questão de segurança do país.
A questão é controversa. Diariamente muita gente atravessa a fronteira para viver e trabalhar nos EUA. Entretanto, a construção do muro figura-se como disparate para os adversários de Trump e a própria opinião mundial.
O muro, como nos chama a atenção Sartre, é matéria bruta que divide e separa os homens daí a dificuldade em aceitar a proposta de Trump.