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A traição
Se existiu um cara que se tornou alvo de atenção - e inquietação - no mudo inteiro, esse tal foi o Osama Bin Laden. O grande chefe terrorista realmente fez história com o ousado ataque às Torres Gêmeas em Nova York. É possível dizer que quem acompanhou, naquele trágico dia 11 de setembro, a tragédia que se abateu sobre a capital financeira do mundo jamais se esquecerá da atmosfera de incredulidade que pairava sobre as cabeças. As imagens impressionantes de dois fantásticos prédios desabando após a colisão de aviões que se chocaram contra eles, as pessoas saltando das janelas, as mortes e as cenas de pânico reveladas em meio a gigantescas nuvens de poeira são inesquecíveis.
Bin Laden ousou atacar o coração da América logrando, para os terroristas, realizar feito memorável que burlou a rede de inteligência norte-americana, superou as defesas da maior potência do mundo e provou que neste mundo tudo é possível. Foram de tal monta os acontecimentos que ainda hoje nos parecem inacreditáveis. Além do que a ação terrorista serviu como ponto de partida para que os EUA, durante o governo de George Bush, intensificassem suas ações, participando de invasões de países que figuravam como redutos de terroristas. O receio infundado de que o Iraque estivesse desenvolvendo armas nucleares resultou numa mal sucedida guerra, sendo inúmeras as perdas de vidas e grande o prejuízo para o povo iraquiano ainda às voltas com situação não resolvida.
Obviamente, após o ataque às Torres Gêmeas Bin Laden se tornou o inimigo público nº 1 do mundo. Durante anos o serviço de inteligência dos EUA dedicou-se à caça do terrorista que simplesmente parecia ter desaparecido, tanto que havia quem o acreditasse morto. Essa situação durou até o ano passado quando fomos surpreendidos coma notícia de que Bin Laden fora morto por forças especiais do exército norte-americano. O terrorista estava vivendo no Paquistão com familiares. Os soldados norte-americanos invadiram a casa onde Bin Laden se encontrava e o mataram. A morte do terrorista foi muito comemorada nos EUA e rendeu pontos ao presidente Brack Obama cuja popularidade na época estava em baixa.
Desde o momento da morte de Bin Laden tem-se especulado sobre as informações que conduziram a ação dos norte-americanos. Afinal, como o localizaram? O governo do Paquistão sempre negou ter conhecimento da presença de Bin Laden em seu país e o governo dos EUA não revelou como obteve informações sobre a localização do homem mais procurado do mundo.
Agora, um general do Paquistão acaba de revelar que Bin Laden foi traído. Mas, traído por quem? Segundo o paquistanês, por uma das mulheres dele que teria informado aos EUA o paradeiro do terrorista. Mas, é nesse ponto que a história toma um rumo extremamente particular, melhor dizendo familiar. Ainda segundo o paquistanês a razão da traição foi por ciúme. Pois é, o homem mais procurado em todo o mundo, aquele que driblou durante anos os serviços de busca norte-americanos teria sido vítima de um bom e velho ciúme, nada mais, nada menos.
Pelo que se termina dizendo que ninguém, seja quem for e que importância tenha, está isento dos envolventes novelos proporcionados pelas relações amorosas e das suas possíveis consequências.
Resta saber, no caso de Bin Laden, se o que o general paquistanês disse corresponde à verdade.
Atirador de elite
Se há coisa que nunca consegui entender é a frieza com que certas pessoas atiram e matam outras. Vemos as cenas em filmes todo dia e nos acostumamos a elas porque sabemos tratar-se de ficção. Entretanto, a morte não ficcional, aquela em que alguém tira a vida de outra pessoa seja lá qual for o motivo, essa é horrível, insuportável.
Talvez por isso os programas policiais de televisão tenham tanta audiência. Afinal, o que atrai o público naquela sequência de notícias escabrosas que expõem o lado tenebroso da natureza humana? Por que acompanhar a história de um sujeito que, por ciúme da mulher com quem vive, leva o filho dela de poucos anos de idade ao matagal e o mata sem qualquer piedade? Histórias como essa se repetem diariamente na televisão e fascinam multidões ansiosas por ver o “outro lado” do homem, o limite que maldade de cada um pode atingir.
Se algo guardei de um filme da série “Rambo” foram as palavras daquele coronel que treinou o terrível soldado norte-americano capaz de sozinho destruir o que se apresentasse à sua frente. A certa altura e para explicar o fenômeno Rambo o coronel diz que há pessoas que nascem para viver em tempos de paz enquanto outras são talhadas para a guerra. Esses espíritos frios e violentos tornam-se úteis aos seus países em momentos de crise quando imperam as exceções e a regra do jogo torna-se matar ou morrer. Nesse sentido o Rambo do cinema é o cara que faz o serviço sujo necessário, mas que, depois, em tempos de paz, não encontra lugar na sociedade porque as habilidades dele são outras, sua função é matar. Palavras do coronel.
O Rambo do cinema e a explicação do coronel me vêm à memória ao ler sobre um soldado americano que lutou no Iraque e escreveu um livro sobre a participação dele no conflito. Esse soldado tornou-se um atirador de elite e conta que matou 255 pessoas, acrescentando que não se arrepende de seu feito. Chris Kyle, o soldado, tornou-se conhecido entre seus companheiros pelas alcunhas de “o exterminador”, “o diabo de Ramadi” e “a lenda” entre outras. Kyle conta, por exemplo, que só na batalha de Fallujah, em 2004, matou 40 inimigos.
Chris Kyle odeia o Iraque e diz adorar o que fez. Relata como gradualmente deixou de hesitar para atirar em suas vítimas e se aperfeiçoou ao longo de combates. Ele se orgulha de ter conseguido matar um homem à distância de 2100 metros e diz que se morresse agora se apresentaria diante de Deus com a consciência tranquila. Para ele os iraquianos não passam de selvagens aos quais odeia, daí não se arrepender das 255 mortes de sua autoria.
Chris Kyle, chamado de “diabo” pelos iraquianos vive atualmente no Texas e trabalha numa empresa como instrutor de atiradores de elite. Não se trata de ficção, Kyle é real.
E o Iraque?
Os Estados Unidos (EUA) estão saindo definitivamente do Iraque após quase nove anos de invasão. O saldo da Guerra do Iraque é terrível: cerca de 120 mil mortos e enorme destruição do país. Em moeda os EUA gastaram 800 bilhões de dólares que economistas ajustam para 3 trilhões.
Os EUA invadiram o Iraque durante o governo do presidente norte-americano George W. Bush para colocar fim à produção de armas nucleares pelo governo iraquiano. Aconteceu que os soldados norte-americanos devassaram o território do Iraque e não encontraram vestígios da produção que serviu como justificativa para a invasão. Na época o povo norte-americano, enganado pelas notícias de produção de armas, apoiou a invasão; hoje em dia grande parte daqueles que foram favoráveis à Guerra do Iraque a repudiam.
Mas, ontem os soldados dos EUA recolheram a bandeira de seu país numa base área do Iraque. Bandeira retirada, ocupação encerrada e, apesar da perda de 20 mil vidas norte-americanas no Iraque, chegou a hora de voltar para casa. O Iraque? Ora, a ver como as coisas se ajustarão por lá dadas as correntes que querem dominar o país. O mais difícil é se acreditar que possa se estabelecer a democracia no país em curto prazo.
Os EUA, até agora a nação mais forte do mundo, sempre se impuseram a missão de vigiar o mundo para que as coisas sigam bem, ou seja, em acordo com os interesses norte-americanos. Proprietários de grande riqueza e apoiados no dólar os EUA dominaram o planeta na maior parte do século XX e início do XXI. Agora a pujança dos EUA parece não ser tão forte, embora permaneça. O atual presidente dos EUA, Barak Obama, enfrenta problemas internos que não consegue resolver e é de se pensar como um país que atravessa dificuldades econômicas – embora a sua riqueza – pode gastar tanto dinheiro em guerras externas como a ocorrida no Iraque.
A verdade é que a Guerra do Iraque foi um erro que custou aos norte-americanos vidas e muito dinheiro. Talvez dela mais nos lembremos da mentira utilizada para deflagrá-la, do episódio de Abu Graib e das cenas da execução de Saddam Husseim. No mais é preciso ver como os historiadores do futuro, livres das impressões de momento, tratarão desse assunto. Aos espectadores de hoje a foto da bandeira norte-americana sendo enrolada pelos soldados funciona como um alívio. Quem sabe a partir de agora o povo iraquiano possa encontrar um caminho mais leve de sobrevivência após anos da ditadura de Husseim e da terrível invasão norte-americana.
Pessoas mutiladas
Um programa de TV mostra entrevistas de soldados que lutaram no Iraque e no Afeganistão. São jovens, homens fortes, alguns sem braços, outros sem pernas, outros ainda apresentando diferentes lesões, quase todas irreversíveis.
Não há ódio no rosto dos antigos combatentes. O que se lê nas suas faces é um misto de desespero e esperança. Paira sobre eles a atmosfera de resignação à qual se agrega a busca de superação, condição essencial para entender o mundo e seguir vivendo.
A imagem desses novos-velhos soldados se confunde com a dos prédios do Word Trade Center no terrível momento em que foram derrubados. Aquele ataque bestial selou a sorte dos rapazes agora aleijados. Ao terrorista que o planejou e o governo que enviou seus rapazes para as guerras agregam-se inúmeros culpados.
Mas, não há que se falar em culpa aos rapazes que foram para a guerra. Nem mesmo crucificá-los pelos possíveis crimes que terão cometido. De nada nos valem, também, as imagens de presos torturados e inocentes chacinados de vez que nada podemos fazer por eles. Justiça? Ah, sim, a justiça.
O passado é irreversível, mas não a dor.
Talvez pior que as imagens de ação da guerra sejam essas de jovens mutilados e famílias iraquianas e afegãs vitimadas.
Mas, a vida continua. Na padaria da esquina o padeiro segue fazendo pães e o sol insiste em brilhar a cada nova manhã.
O fim de uma era
Tudo tem um fim, não há como evitar que isso aconteça. Eras de ouro passam e, ao final, restam sinais da glória e poder passados.
Está nos jornais a foto de um soldado iraquiano sentado sobre o capô de uma Ferrari cor de rosa. Ao lado dela um Porshe preto. Os dois carros, valiosos, estão empoeirados e com aspecto de abandonados. Ambos pertenciam a Uday Husseim, filho de Saddam Husseim.
Uday, como se sabe, nunca foi bom camarada. Filho primogênito de Saddam ele foi acusado de vários crimes. É dele a monumentalidade de ter-se irritado e matado um provador de comida durante jantar de homenagem oferecido, pelo governo iraquiano, à primeira-dama do Egito. Tortura com pancadas nos pés de jogadores de futebol da seleção nacional derrotados em jogos, sequestros de mulheres nas ruas para estuprá-las, espancamentos e outras barbaridades faziam parte do currículo do filho de Saddam. Depois da Copa do Mundo de 94 Uday obrigou os jogadores do Iraque a chutar bolas de concreto por não terem chegado à final.
Vivia este ser num palácio, com direito a jardins e zoológico particular. Foi morto, juntamente com o irmão Qusay, durante a invasão do Iraque pelos Estados Unidos.
Uday possuía 1200 carros de luxo, entre eles um Rolls-Royce cor de rosa. A essa frota de veículos, muitos deles segundo as más línguas roubados, pertenceram a Ferrari cor de rosa e o Porshe preto que agora parecem descansar numa garagem de chão de terra. Não fossem os carros e esse soldado sorridente que parece olhar para o futuro, Uday só seria lembrado por sua imensa covardia, cometida contra cidadãos indefesos.
Os Husseim passaram, sua era de glória e poder chegou ao fim. Os EUA retiram-se de um país lançado à própria sorte depois de grande destruição. O homem que convenceu o mundo de que o Iraque possuía armas nucleares – aliás, inexistentes – deixou o governo dos EUA e dedica-se a publicar memórias. Quando a Saddam documento divulgado pelo WikiLeaks informa que ele tremia, descontroladamente, minutos antes de ser enforcado.
No mais a vida segue em frente, esquecida das mentiras e horrores praticados no passado, essencialmente comprometida com o agora.
Adeus Iraque
Mais de sete anos depois os EUA retiram suas tropas do Iraque e legam à História uma muito mal tecida colcha de retalhos, alguns deles com uma inscrição ilegível, mas que bem poderia ser “não existem bonzinhos quando estão em jogo os interesses nacionais”.
A verdade sobre todos os fatos é que não existe verdade. No grande jogo de interesses as informações são manipuladas e as explicações muitas vezes tecidas sobre enormes farsas, a começar pela razão apresentada pelo governo Bush para invadir o Iraque: colocar fim às armas de destruição que o Iraque estaria desenvolvendo.
Com a humanidade em perigo, nada mais justo que os campeões da democracia tomassem para si a missão de salvar o mundo. Assim foi. Os norte-americanos desembarcaram no Iraque e, rapidamente, desestruturaram o Estado iraquiano, levando o país a um estado de confusão praticamente insolúvel no qual saques e violências não reprimidas tornaram-se norma. A motivação de prender Saddam Husseim, colocar fim à ditadura e devolver o país à democracia foi substituída por um estado de anarquia com conflitos de etnias e sempre muita violência.
Agora os EUA vão-se embora sem ter alcançado os resultados prometidos e, pior que isso, sem encontrar as armas de destruição que, afinal, nunca existiram. A essa altura é impossível prever o que acontecerá ao povo do Iraque daqui por diante. A torcida, obviamente, é para que as coisas se ajustem.
Da malfada Guerra do Iraque restam-nos fatos e imagens que dificilmente serão esquecidas. A derrubada da estátua de Saddam é uma delas, acontecimento seguido pela infeliz cobertura do rosto com uma bandeira dos EUA; os episódios de Abu Ghraib; e as terríveis cenas do enforcamento de Saddam Husseim. Isso sem falar em atentados…
Outra coisa sobre a qual se pode especular, mas não prever, é como o futuro narrará os fatos ocorridos durante a Guerra do Iraque. A impressão é a de que a História não será benigna com as ações do império norte-americano.
Sem piloto
Meninos, eu vi. A minha geração, que já viu muita coisa, tem todo o direito de dizer-se embasbacada com os tais aviões sem piloto, produzidos em Israel. Trata-se de aviões com sensores, capazes de voar até 15 horas, guiados por controle remoto. Para que servem? Até agora para gravar o que acontece embaixo e filmar no escuro com o uso de um sensor térmico capaz de distinguir entre seres vivos e objetos inanimados.
Para que se tenha idéia da utilidade, os EUA já possuem 6 mil aviões teleguiados que voam nos céus de países como o Iraque e o Afeganistão. Mais: a indústria aeronáutica de alguns países já se prepara para produzir as máquinas voadoras teleguiadas.
Nem é preciso dizer que logo as grandes aves de metal teleguiadas disporão de armamentos o que tornará as missões aéreas em territórios inimigos aquilo que por aqui se considera ”uma baba”. Ei, você, escute: estamos chegando às mortes por agentes impessoais, mortes programadas, processadas e realizadas por máquinas, sem culpa.
Não haverá mais Guernica, a cidade espanhola completamente arrasada, em 1937, em apenas três horas, por bombadeiros Condor, pilotados por alemães. Nem haverá Hiroshima, cidade japonesa onde um piloto norte-americano lançou uma bomba atômica, em 1945. Existirão, sim, regiões bombardeadas por máquinas.
Olho para uma reprodução do quadro Guernica, de Picasso, no qual o pintor concentrou todo o horror da destruição. Penso em qual seria a reação de Picasso, caso a morte de 1645 pessoas em Guernica tivesse sido provocada por máquinas teleguiadas. Dirão, talvez, que no fundo trata-se da mesma coisa, afinal mortes são mortes, não importa quem ou o quê as provoquem. Não sei. A frieza das máquinas, o uso de recursos tecnológicos para exterminar seres humanos a partir de assassinos impessoais porque distantes e talvez desconhecidos, incorpora à realidade de nossos dias a virtualidade dos videogames. Para mim o nome disso é horror, o que me leva ao impossível passo seguinte, o da rebelião das máquinas de voar teleguiadas que, unidas, passam a exterminar o homem em toda a Terra. Impossível?
Guerra ao Terror
Apontado pelos críticos norte-americanos como o melhor filme do ano, “Guerra ao Terror” faz jus às premiações que vem recebendo e às nove indicações ao Oscar 2010. De fato, o filme oferece ao expectador tensões elevadas em nível máximo, tudo isso com um habilíssimo trabalho de câmeras que se esmeram em mostrar pequenos detalhes e a grande atuação dos atores protagonistas do enredo.
Em Guerra ao Terror” (The Hurt Locker), dirigido por Kathryn Bigelow, três soldados, William James (Jeremy Renner) JT Sanborn (Anthony Mackie) e Owen Eldridge (Brian Geragthy) são encarregados de desativar bombas. James veste um escafandro e vai desarmar explosivos enquanto os outros dois ficam na retaguarda, de olho em qualquer pessoa ou movimento suspeitos.
O tema de fundo é o pós- guerra no Iraque. Não importa muito o passado histórico pregresso da ação, as motivações que levaram o governo Bush a invadir o Iraque, colocando fim ao governo de Saddam Hussein. O que importa mesmo é o quadro dramático de um país que na verdade poderia ser qualquer um, no qual os escombros do pós-guerra escondem milhares de bombas armadas para explodir.
“Guerra ao Terror” é um filme de ação. Entretanto, trata-se de um filme que, a seu modo, procura burlar as fórmulas pregressas utilizadas em filmes de guerra. Aqui, o horror não está na guerra em si, mas em suas consequências e no modo como o perigo se insinua no espírito dos soldados. Existe um ritmo frenético de ações que se repetem diariamente, colocando em risco a vida dos soldados. Entretanto, cada ação em si é demorada porque envolve cuidados para desarme de bombas. É do contraste entre o ritmo frenético de ações e a lentidão dos processos de desarme que gera-se a grande angústia que toma conta do expectador. A isso soma-se a contagem regressiva dos dias que faltam para a equipe de soldados deixar o Iraque.
Assim, cada dia pode ser o último, cada bomba o prenúncio do fim. Por isso, a rotina dos soldados consiste numa espécie de sobrevida proporcionada pelo acaso que os faz violentos consigo mesmo e entre si: só com a violência interior pode-se enfrentar a violência exterior, num curioso mecanismo de válvula de escape necessária à preservação do equilíbrio e da sanidade.
O sargento William James é um especialista para quem o desarme de bombas parece ser uma arte. Ele guarda embaixo de sua cama uma caixa com pedaços de fios e mecanismos de bombas que desativou: são os seus troféus, espécie de compensação pelos momentos de perigo que enfrenta no seu cotidiano.
O sargento William James não é um homem comum e esse fato justifica a sua dúvida em participar de novas missões tremendamente perigosas. Há quem tenha visto na necessidade de James continuar desarmando bombas uma espécie de vício: a guerra vicia. Não será, certamente, essa a melhor interpretação. O fato é que certas pessoas são talhadas para determinadas atividades e, principalmente, momentos especiais. Existem homens que não nasceram para viver em tempos de paz, aos quais não se adaptam. As guerras oferecem oportunidade a espíritos inquietos e que amam o perigo. William James é um desses homens, ele precisa da guerra e a guerra precisa de homens como ele, nesse fato a explicação a opção que ele faz no fim do filme.