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Comer é bom, mas
Um antigo ditado diz que “nessa vida tudo o que é bom faz mal ou engorda”. Será? O ditado se aplica quando o que está em jogo é a alimentação excessiva.
Que fique bem claro: existem nesse mundo os chamados “bons garfos”. Trata-se de pessoas que não enjeitam nada, não fazem feio em nenhuma mesa. Comer – e muito – é com eles. Note-se que essas pessoas não são necessariamente gordas. Um sujeito aparentado comigo era do tipo: proprietário de apetite voraz devastava o que encontrava pela frente em termos de comida. A sogra dele se queixava muito por ocasião dos almoços em família. Dizia ela que eram necessários pratos em duplicata, pois metade da comida era só para o genro, a outra metade para a família.
Mas, o brasileiro é gordo? A obesidade é um problema nacional? A resposta a essas perguntas está nas mãos do Ministério da Saúde que acaba de publicar dados de uma pesquisa, mostrando que metade da população brasileira tem excesso de peso. Os dados da pesquisa da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), do Ministério da Saúde, mostram que 49% da população do país tem excesso de peso, sendo que 15% são obesos. Esses números são superiores aos encontrados na pesquisa anterior, realizada em 2006, fato preocupante. Ainda segundo a pesquisa existem mais homens acima do peso que mulheres - 52,6% de homens e 44,7% de mulheres.
Obviamente, por trás desses números estão os hábitos alimentares da população. Dados da pesquisa apontam como fatores de risco os grandes consumos de refrigerantes, leite integral e carne.
Comer é bom, mas é preciso cuidado e não só com os excessos. Importa, também, a qualidade do que se come, particularmente numa época em que a pressa e a rotina do trabalho obrigam as pessoas a optar pelo fast food. O consumo de sanduíches, bebidas gasosas, porções de batatas-fritas, muito pão, alimentos gordurosos, massas, doces e as deliciosas beliscadas em toda sorte de alimentos nos intervalos entre as refeições são hábitos que exigem muita vontade para que sejam regulamentados ou mesmo abandonados. Conheço pessoas que não tomam água de jeito nenhum: matam a sede exclusivamente com refrigerantes. E não custa lembrar as pessoas que detestam hortaliças, não podendo nem ouvir falar de saladas.
O parágrafo anterior resume em poucas palavras as vias para o ganho de peso. Mas, não se pode deixar de lado a necessidade de exercícios físicos que tantas vantagens trazem para o organismo, mantendo-o saudável, isso fora os aspectos genéticos inerentes a cada pessoa.
De todo modo os dados sobre aumento do peso dos brasileiros são preocupantes. E mais uma vez a solução está na educação, na conscientização das pessoas para que adotem hábitos alimentares mais saudáveis. A saúde depende da boa alimentação e a restrição de calorias indesejáveis é a medida correta para que sejam evitados sérios distúrbios provocados pelas doenças consequentes aos maus hábitos alimentares.