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Homens que matam
Em cidade do interior de São Paulo um médico chega ao refeitório de uma unidade clínica onde está um colega, seu chefe no serviço. Inesperadamente, saca um revólver e atira no chefe, matando-o. Em seguida o médico aponta a arma contra si mesmo e dispara, matando-se. O assassinato de um médico e o suicídio de outro, provavelmente por razões ligadas ao trabalho, impressiona. Não se trata de mortes devidas à violência que ocasionalmente pode nos atingir nas ruas, nem de crimes praticados por bandidos que nada têm a perder. Dois homens morrem em circunstância incomum, um deles determinado a matar e morrer.
Uma apresentadora de TV está na capital mineira, hospedada em quarto de hotel. Um fã da apresentadora chega ao andar onde ela está hospedada, domina o cunhado dela e o obriga a leva-lo ao quarto. O fã obriga a apresentadora, seu cunhado e a cunhada, a ficarem de costas para ele, sob a mira do revólver. Veio para matar a apresentadora por quem está apaixonado. Acusa-a de ignorar suas mensagens, por isso vai morrer. Mas, o cunhado reage, entra em luta corporal com o fã, toma a arma dele e o mata. A família do rapaz morto não consegue acreditar que tenha sido possível a participação dele nessa louca ação. O irmão se desespera, diz que ele era um bom rapaz, que a família não sabia de sua paranoia em relação à apresentadora.
Há tempos, conversando com um desconhecido na praia ele me falava sobre o caso, acontecido no Rio, no qual uma caloura de medicina foi assassinada durante assalto. Estava ela num carro quando foi atingida pelo tiro que roubou sua vida. O desconhecido comentava sobre a dor da família, recentemente muito feliz pela jovem ter passado no vestibular. A brutal interrupção da vida de alguém tão jovem e em tal circunstância é inadmissível. Inaceitável. Meu interlocutor dizia que num caso assim nada pode se esperar da justiça, sempre demorada e branda com os assassinos. Então afirmou que se fosse com ele, caso fosse o filho dele, não teria dúvidas, mataria o bandido.
Não sei dizer se meu o meu interlocutor de fato teria coragem para tanto. Nada nele sugeria a capacidade de elaborar um plano de assassinato e seguir em frente com a realização de um crime premeditado. Fala mansa e extremamente educado não se esperaria de homem daquele perfil algum tipo de violência.
Entretanto, há que se lembrar: existem homens que matam…