John Nash propõe moeda ideal at Blog Ayrton Marcondes

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Juros e inflação

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O bate-boca relacionado à redução da taxa de juros decretada pelo Banco Central continua. De um lado posicionam-se os contrários à medida. Alegam ser absurda a redução enquanto a inflação está em alta. Entendem, ainda, que o Banco Central tomou a medida em acordo com o governo, ferindo-se o princípio de autonomia do mesmo Banco.

Os favoráveis à redução dos juros dizem que é preciso ver a economia como um todo, daí nada ser mais natural que a adoção de medidas em conjunto. Acrescentam que o absurdo é defender a ideia de que meia dúzia de oráculos em atividade no Banco Central tenham a prerrogativa de agir sozinhos, determinando medidas que afetam a economia do país. Por fim, o Ministro da Fazenda fala como se tivesse apenas recebido a notícia da queda dos juros sem participar da decisão. Está em jogo a cartilha adotada pelos governantes, a qual reza que cada um deve permanecer no seu quadrado.

Ao cidadão comum é difícil, senão impossível, distinguir entre o certo e o errado. O que o cidadão quer é que se tomem as medidas mais adequadas para a estabilização da economia, de preferência protegendo o país do ciclo recessivo que corre solto no mundo. De uma coisa todos estão certos: não se pode acreditar muito nos discursos dos poderosos dado que guiados por vasta gama de interesses. No final das contas o que se teme é o peso de medidas erradas no bolso do contribuinte que está farto das péssimas qualidades de serviços prestados pelas instituições. Muito discurso, muita promessa, ufanismo exagerado e situação degradante em vários setores, agravada pela já monumental corrupção.

Ao leigo não escapa que a economia vive de oscilações entre períodos de recessão e expansão. A ação dos governos diante da alternância de ciclos econômicos baseia-se em atitudes keynesianas através de medidas de controle dos bancos centrais e governos. É o intervencionismo que contraria o laissez-faire defendido pelos liberais. Nesse sentido não deixa de ser interessante a entrevista do Prêmio Nobel John Nash concedida ao jornal “Folha de São Paulo”. Nash que ficou mundialmente conhecido através do filme “Uma Mente Brilhante” ataca o modelo keynesiano, destacando o exagerado valor dado à moeda. Sendo a moeda a base de troca entre as nações - e oscilando sempre - ela dificulta os negócios.  Daí Nash sugerir uma nova “moeda ideal” cujo valor se baseie em commodities. A “moeda ideal” seria estável e facilitaria o fluxo de negócios, inclusive os acordados em longo prazo porque baseados em dados seguros.

A “moeda ideal” proposta por Nash ainda não tem nome e nasceria de um acordo entre as nações que a adotassem. Evitaria os ciclos de recessão e expansão? Pergunta difícil de responder para um leigo mais preocupado em fechar as contas do mês em sua casa.