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Primeiro do ano
O ano novo chegou ao Nordeste com uma hora de atraso devido à inexistência do horário de verão. Em Maceió os fogos espocaram normalmente em Pajussara e na Ponta Verde. O céu se encheu de brilhos fugazes, assim como são as breves alegrias da vida.
Mas, tudo estava no lugar certo. A lua cheia fez o que pode para emprestar gala à noite; as luzes da cidade deitaram-se sobre o mar, itinerantes porque esmaecidas por um ou outro brilho inesperado.
Marte fez o de sempre, brilhou como quem foge,seguindo as ousadas rotas que levaram os poetas a alcunhá-lo de Vésper.
Em terra os homens contaram juntos os últimos dez segundos de 2009, do mais alto ao zero. Então estranhos deram-se as mãos como se fossem velhos conhecidos e abraçaram-se. Foi quando os navios ancorados no porto apitaram longamente, saudando o novo ano que se iniciava.
Por breves instantes a Terra pareceu ter parado e os homens foram felizes. Assim aportamos em 2010.
Engolindo pregos e parafusos
Foram retirados cirurgicamente 151 objetos metálicos do estômago de um homem, em Maceió. Segundo os médicos, trata-se de um possível caso de esquizofrenia. De sua parte o comedor de pregos, parafusos, lâminas de barbear, moedas, fusíveis – além de uma tesoura e um relógio – informa que começou a comer metais há quatro meses e não sabe explicar por que o faz.
Não fica bem fazer piada com a desgraça alheia, mas é impossível resistir à pergunta: não seria este um recorde para figurar no Guiness? Afinal, são 151 objetos pesando, no total, 3 Kg. Tudo isso dentro do estômago, imaginem.
Conheci em hospital uma senhora que engolia garfos. Não me perguntem como ela conseguia fazer isso, nesse sentido fico com a explicação da minha falecida mãe sobre atos incomuns. Dizia ela:
- Os seres humanos são capazes de tudo.
A devoradora de garfos era uma mulher simples e bem humorada. Seu único problema era o hábito de ingerir o popular talher. Certa vez ela esteve internada por longo período: foi trazida de casa após ingerir um garfo; após ser operada, ingeriu outro durante o período de recuperação; outra vez operada tornou a ingerir um garfo, desta vez por falha da enfermagem que fora proibida terminantemente de permitir acesso da paciente a qualquer tipo de metal.
Não sei que lugar ocupa no universo das taras a compulsão em ingerir metais. Trata-se de casos estranhos, difíceis de explicar dentro dos padrões de normalidade esperada. Mas, coisas assim acontecem e dão azo a que possamos demonstrar toda a nossa estranheza.
Um amigo psiquiatra sempre me diz que todas as pessoas têm a sua parcela de loucura. Mas, não se preocupe – diz ele - e completa:
- A maioria é sempre de loucos mansos que não fazem mal a ninguém.