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Depois da Copa
Vimos a França tornar-se campeã. Era mesmo o melhor time daí a merecida conquista. A festa em Paris é fantástica. Os franceses saboreiam a vitória nos mínimos detalhes. Há o que comemorar. Caso o Brasil tivesse sido campeão não se sabe se as comemorações seriam tão entusiásticas por aqui. O país travessa, talvez, a pior crise de confiança ao longo de sua história. Não há sentimento nacional que resista aos descalabros verificados nos três poderes.
Da Rússia destaque-se a constatação - irreversível - de que os russos, afinal, não comem criancinhas. A gente de lá se parece com a gente de cá. Ressaltem-se as diferenças, visíveis nas entrevistas de russos a que assistimos pela televisão. Putin não surge como o desalmado propagado pela imprensa ocidental. Há prós e contras em relação ao governante. Mas, fica-se com a impressão de que a maioria dos russos é favorável dele.
Conhecemos o VAR (árbitro de vídeo). Através dele até um pênalti foi marcado no jogo final da Copa. O VAR veio para ficar. Fez lembrar a crítica que se faz ao fato de que num jogo das proporções do futebol as decisões fiquem nas mãos de apenas um juiz, auxiliado por dois bandeirinhas. Certamente o VAR contribui e contribuirá para se enviarem erros e injustiças nos jogos de futebol.
Festejos de parte sobra-nos o retorno à frieza do dia-a-dia. Haveria muito a se falar sobre a Copa, a vitória francesa, as imagens da Rússia, a impressionante campanha da Croácia, a queda de gigantes como a Alemanha, a Espanha, a Argentina e o Brasil, etc. Mas, olhando para o próprio umbigo resta a pergunta de por que uma seleção tão boa como a nossa foi eliminada nas quartas. Os comentaristas esportivos do país têm-se debruçado sobre o assunto, de resto prato feito para polêmicas. Num ponto há concordância: o Brasil perdeu, mas o maior perdedor da Copa foi o jogador Neymar.
Candidato a estrela maior da Copa Neymar saiu-se da pior maneira possível. Desnecessário comentar seus erros que são de conhecimento geral. Agora dói muito, talvez mais que a perda da Copa, ver um brasileiro ser tão escrachado em todo o mundo. Quando um tenista se põe a rolar na quadra de Wimbledon, após receber uma bolada, a chacota atinge dimensões universais. Isso sem falar na profusão de memes que circulam na internet, todos eles zoando com aquele que seria o maior jogador da Copa.
Ídolos se fazem e desaparecem com grande velocidade. A partir de agora Neymar passa a ser grande incógnita. Há quem grite que o jogador desonrou a longa tradição de nossos futebolistas, vencedores e cinco Copas. Ganha proporção a triste frase do técnico Osório que, após o jogo contra o México declarou, irritado, referindo-se a Neymar: futebol é para homens.
Mas, nada como um dia após o outro. A Copa de 2018 deixa-nos lições a serem aprendidas. Espera-se que se faça bom proveito delas.