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Finanças pessoais

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Gastar demais é vício, há quem garanta isso. Mulheres gastam mais que homem já que são dadas ao consumo. Em relação a essa última afirmação não há consenso porque genérica demais. Mas, que os homens são dados a criticar as mulheres porque gastam muito em roupas, sapatos e cosméticos, isso não se discute. Basta ver o marido que acompanha a mulher num shopping: ele esperando, ela provando uma infinidade de peças até optar por algumas. Se o assunto são os sapatos, então…

E agora aparecem essas notícias falando sobre figuras do esporte afundadas em dívidas. Atletas norte-americanos solicitando falências pessoais porque investiram mal ou gastaram em demasia. É quando surgem conselhos que dizem servir como lições gerais para boa gestão de fortuna pessoal. O principal é desacelerar, reduzir gastos e investir em ritmo mais lento. Como se fosse simples assim. Ou seja, não cometer erros financeiros. Tenho um amigo que  diz que o grande erro financeiro dele foi ter nascido pobre.

Dinheiro na mão é vendaval, escapa por entre os dedos. Há os que entesouram - os discípulos de Tio Patinhas. Conheci um homem que vivia em quase miséria. Sobre ele corria que fora muito rico. Fazendeiro, a certa altura de sua vida cansara-se e vendera tudo para apurar o dinheiro. Não sendo pessoa de colocar dinheiro em banco mantivera-o em casa, bem guardado e seguro.

Foi bem assim. Correram os anos e o dinheiro dentro de um baú. Até que uma emergência levou o avaro a precisar da grana para pagar a conta num hospital. Só então o homem descobriu que a moeda mudara e ele não trocara as notas de seu rico dinheirinho que se transformara numa montanha de papel inútil.

Vim a conhecer esse homem quando ele já era muito velho. Lembro-me bem de uma casa cujos cômodos tinham pé direito muito alto e chão de tábuas. No quarto, deitado sobre a cama, ele gemia alto. Me pai fora visitá-lo e me levara junto, eu que na época teria no máximo uns sete anos de idade.

O doente que fora rico morreu dias depois. Desde então passei a desconfiar do dinheiro e da dependência que temos dele. Os entendidos dizem que para ter dinheiro, não se pode tratá-lo mal. Nada de enrolar notas de qualquer jeito e enfiá-las no bolso. Entre o dinheiro e quem o possui é preciso que se estabeleça uma relação digamos carinhosa. Será? Caso seja assim estarei condenado a nunca ter mais dinheiro do que o pouco que me rendem os meus esforços diários.

Escrito por Ayrton Marcondes

19 setembro, 2011 às 12:38 pm

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Desperte o lider que existe em você

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Você nasceu para ser líder? Existem em você características que podem conduzi-lo à liderança? Não seria você, talvez, um talento perdido cerceado por dificuldades como falta de oportunidades ou de reconhecimento de suas qualidades pelos seus pares?

As respostas a essas perguntas podem estar em palestras ministradas sob patrocínio do conglomerado de empresas onde você trabalha. Nelas as suas qualidades e defeitos pessoais são esclarecidos por um palestrante contratado, talhado para traçar com humor um roteiro daquela que deve ser a sua atuação no mundo atual. É bom insistir: mundo atual, porque você pode estar perdido nalguma circunstância do passado, preso a um modo de pensar superado porque se tornou incapaz de ler ou visualizar os contornos da realidade que o cerca. O mundo, afirma o palestrante, já não é o dos seus avós, nem o de seus pais, nem mesmo o seu: é o mundo dos seus filhos, dividido em tribos cujas preferências indicam as tendências de consumo e o que está por vir. Ou quase isso.

Mas o mais interessante nessas palestras é a figura do palestrante. Ele sempre veste a roupagem do homem bem sucedido e faz questão de esclarecer isso, afinal só um vencedor pode ditar regras a quem deseja vencer.

Estamos, portanto, falando de um personagem preparado física e intelectualmente para o papel que desempenha. Proprietário de linguagem caracterizada pelo esmero de suas colocações o palestrante apresenta-se munido de arsenal de informações atualizadas sobre sucesso e fracasso de empresas de grande porte, falências, estratégias de marketing, campanhas publicitárias etc. Para cada tema abordado dispõe ele de variantes de tiradas de humor dentre as quais escolhe e utiliza as que mais possam sensibilizar o público de momento ao qual se dirige.

Celebra-se, assim, uma curiosa sessão de entretenimento na qual as verdades do mercado financeiro são como que atiradas sobre um público extasiado diante da fluidez da apresentação. Cobra-se a participação e aperfeiçoamento da platéia no sentido do sucesso de seus negócios. Nessas circunstâncias não há que se negar brilho ao palestrante: habituado a ser perfeito no que faz e protegido pela repetição de seu assunto frente a platéias diferentes, pouco sobra a ele em termos de criação bastando-lhe o desempenho de seu papel e os inevitáveis aplausos ao final.

Quando a palestra termina você se levanta convencido de que há muito a fazer na empresa onde atua. Está alegre porque ouviu alguém de talento e privou de tiradas realmente inteligentes, não faltando pitadas de humor negro. Entretanto, pesam-lhe mais os erros, aquilo que você deixou fazer que as suas virtudes. Assim, vai embora convicto de que será preciso adotar uma nova estratégia para trilhar o caminho que mude as coisas e talvez faça de você um verdadeiro líder.

Dia seguinte retorno ao trabalho, à realidade e limitações que lhe são impostas no dia-a-dia. Então talvez você prefira pensar que aquele brilhante palestrante não seja um ator de verdade porque o seu discurso não é arte como essa que se vê nas peças de teatro. Será do conflito entre a sua realidade e as propostas sedutoras que ouviu na palestra que poderá nascer o seu desgosto. Ou, ao contrário, o início de uma nova fase em sua vida na qual finalmente prevaleça o seu talento. Estará, assim, nascendo ou se fortificando o líder que existe em você.

Dê asas ao seu talento - ensina o palestrante.