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Seres imaginários
Em São José dos Pinhais – Paraná - animais apareceram mortos em chácaras. Numa delas foram encontradas mortas 17 galinhas, nove patos, seis ovelhas e um gato. Ao acordar de manhã o proprietário encontrou os animais mortos e relatou não ter ouvido nenhum ruído durante a noite.
Os animais foram dilacerados e a polícia ambiental investiga o caso. Noutra chácara da mesma rua foram encontradas mortas galinhas, gansos e um bode, todos com marcas de mutilação.
A matança de animais fez ressurgir a hipótese de ação do “chupa-cabra” que se acredita ser um extraterrestre com dentes de vampiro. Entretanto, para a polícia o mais provável é que os animais tenham sido vitimados por cachorros do mato.
A lenda do chupa-cabra teve origem em Porto Rico onde foi verificada a morte de cabras com dentadas no pescoço e sangue drenado. Ocorrências semelhantes foram encontras em outros países como a Argentina, o Brasil, México, Estados Unidos, etc.
O chupa-cabra pertence à categoria dos criptozoológicos, ou seja, animais lendários que se supõe serem vistos por poucas pessoas. Entre eles destacam-se o Abominável Homem das Neves, o Monstro do Lago Ness, o Boitatá e outros. Mas, também são considerados criptozoológicos animais reais como o celacanto e a lula-gigante.
O professor e romancista brasileiro Affonso d’Escragnolle Taunay (1876-1958) tem entre outras obras, o livro “Zoologia Fantástica do Brasil (séculos XVI e XVII)”. Taunay nos conta que os viajantes europeus, em seus relatos de viagens ao Brasil, falavam sobre a existência de animais fantásticos nas terras recém descobertas. A partir daí revela-se uma vasta “zoologia fantástica” brasileira oriunda dos relatos das pessoas que percorreram o Brasil nos séculos XVI e XVII. É muito interessante a leitura do trabalho de Taunay editado pela Melhoramentos.
De seres imaginários também se ocupou o grande escritor argentino Jorge Luís Borges em “O Livro dos Seres Imaginários”. Trata-se de um bestiário fantástico que aborda 116 monstros encontrados nas mitologias e religiões de todo o mundo. Esses seres, gerados pela imaginação humana, aparecem nas obras de grandes autores de cujos escritos são resgatados. Elfos, centauros, cérberos e outros seres imaginários são extraídos por Borges de fontes como a Bíblia, as Mil e Uma Noites, Frazer, Robert Burton, C. S. Lewis, Kafka, Poe e muitos outros.
Na infância somos assustados por monstros e figuras retiradas do folclore popular, todos eles imaginários. O medo das crianças liga-se a esse universo paralelo de seres que não existem, mas povoam o mundo infantil. O saci-pererê, lobisomens, mulas sem cabeça e tantos outros fizeram parte da minha infância e muito me impressionaram. Livrei-me deles só mais tarde ao entender a condição de seres imaginários.