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Eleições americanas

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O assunto sobre o qual se fala é o resultado das eleições nos EUA. Barack Obama foi reeleito presidente da República. Vitoria por margem apertada que o obrigará a negociar com os republicanos para governar.

Obama é um cara interessante. Bateu o oponente Romney nas urnas e apareceu com a mulher e as filhas, todos muito felize, comemorando a vitória. Acho que dizer “felizes” é até pouco. Estavam pra lá de radiantes, afinal não é todo dia que se consegue emprego de presidente da maior potência mundial.

Tenho a impressão de que entre nós a torcida pendia para o lado de Obama. Talvez por acomodação. Torci para ele porque foi presidente por quatro anos e não botou fogo no mundo. Romney tem uma cara desconfortável. É mórmon e de vez em quando fala coisas sobre as quais seria mais esperto calar-se. Perdeu votos entre os hispânicos - votos decisivos - quando sugeriu que os ilegais deveriam autoexilar-se.   Conheci um candidato brasileiro que tinha eleição ganha até a véspera da votação: perdeu porque cai na besteira de dizer que mandaria para fora da cidade os ambulantes etc. Eleitores não são surdos e, no geral, são avessos a falas extremadas.

Verdade que o que está escrito acima não passa de opinião de terceira-mão. Não tenho informações diretas dos EUA, não vivo lá e acabo sendo sensível ao que a mídia daqui propaga. Só fiquei meio desconfiado do Obama quando um americano me disse: o Obama é o Lula de lá.

Bem, ser o Lula é sempre preocupante. Lula vive na berlinda. Agora estão tentando agarrá-lo pela suposta participação no mensalão. Dizem que não é possível um presidente não saber o que se passa na sala ao lado da sua em palácio. Mas, Lula é liso, sairá dessa facilmente e olhe que quando ele fala é difícil não acreditar nele. Lula nasceu para a política, tem bossa pra isso. Com ele é ame-o ou deixe-o. E o povo o ama.

No passado se dizia: o que é bom para os EUA também é bom para o Brasil. Exageros a parte, no fim das contas a eleição presidencial norte-americana nos interessa justamente por isso. Do presidente eleito dependem políticas para a América do Sul onde pontifica o Brasil. Então o Obama fica diretamente ligado ao nosso bem-estar e, talvez por isso, muitos de nós tivessem medo de uma mudança que sabe-se lá no que iria dar.

Obama reeleito resta-nos torcer para que os EUA resolvam os problemas internos. Para isso o mundo político deverá ficar acima de suas divergências, priorizando o país. Há quem diga que os EUA deixarão de ser a maior potência mundial porque estão perdendo muito espaço no mundo. Pode até ser. Nunca é demais recordar que impérios não são eternos.  Os romanos do passado que o digam.