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Franquias de terrorismo
Em entrevista cedida ao jornal “Folha de São Paulo” o cientista político e filósofo francês Oliver Roy afirma que, atualmente, a Al-Qaeda funciona como uma multinacional na qual os franqueados, sediados em vários países, têm autonomia para executar as ordens da cúpula, ainda comandada por Osama Bin Laden e Ayman Al Zawahiri. Trata-se, portanto, de uma organização do tipo McDonald’s, obviamente com outros fins.
Olivier Roy não está sozinho em sua opinião. Os meios de comunicação têm destacado a descentralização do poder da Al-Qaeda e o surgimento de franquias de terrorismo. São exemplos o recente e fracassado atentado em um avião que aterrisaria em Detroit, o major que matou 13 militares em uma base do Texas e o médico jordaniano, informante dos EUA, que se explodiu numa base do Afeganistão, matando sete agentes da CIA.
Como isso se reflete em nossas vidas? Afastados geograficamente do epicentro das ações terroristas, os brasileiros sentem na pele o problema nos aeroportos, durante as suas viagens. O rigor das checagens com malas e bagagens de mão aumentou muito, mesmo nos aeroportos do país. O pior é quando acontece o tal apito, indicando a presença de metais em vestes ou no próprio corpo do passageiro. Recentemente, fui obrigado a ficar, em público, de braços abertos e sob o escrutínio de sensores manuais que buscavam em mim a razão do apito ecoado quando atravessava a barreira de ingresso à área de embarque. No fim, tudo ficou por conta de uma moeda de 5 centavos perdida em um bolso, da qual não me dei conta.
É assim que rápida e insistentemente vamos perdendo a privacidade. Dentro em pouco entrarão em funcionamento escâneres que devassarão a intimidade dos passageiros, exibindo detalhes de seus corpos (parece que já estão em funcionamento na Inglaterra).
Vou me preparar para ser escaneado, coisa que jamais imaginei antes por futurista demais. Culpa dos terroristas que, além do imediatismo de suas ações, com elas alcançam efeitos retardados privando-nos de nossa liberdade.
Tempos ultramodernos os em que vivemos.