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Os “istas”
Amigos é tempo dos “istas”. O sufixo “istas” é usado para caracterizar seguidores de uma pessoa, partido etc. Você reparou que de dias a este a mídia começou a falar mais intensamente dos “istas”? Pois veja: dilmistas, aecistas, campistas e marinistas. Esses são os “istas” da hora. “Istas” são legiões que acompanham os possíveis candidatos nas próximas eleições. Depois que Marina surpreendeu todo mundo aderindo ao partido de Campos “istas” de todas as cores passaram a se pronunciar. Há “istas” alegres, “istas” tristes, “istas” preocupados. O mundo é dos “istas” que a todo custo querem o poder.
Pois me lembrei de antigos “istas”. Aqui em São Paulo digladiavam-se em quase todas as eleições ademaristas e janistas. Jânio era o que era, o homem da vassoura. Professor de profissão entrou na política e subiu mais depressa que foguete. Ídolo arrastava atrás de si multidões inteiras que encantava com sua fabulosa oratória. Era um mestre na arte do convencimento, tipo diferente a quem não faltava um dedo de loucura. Chegou à presidência da República e surpreendeu todo mundo renunciando. Até hoje não se sabe ao certo o que levou Jânio à atitude que teve reflexos terríveis na vida do país. Seu vice João Goulart assumiu para depois ser deposto no golpe militar de 1964.
Adhemar era bem o que era. Fanfarrão, líder dos ademaristas a quem pregava o famoso “fé em Deus e pé na tábua”. Vi Adhemar num comício em cidade do interior. Era talhado para falar direto ao coração do povo. Prometia e apontava para a mulher, Dona Leonor, dizendo: “está aqui a Leonor não me deixa mentir”. Foi prefeito de São Paulo, governador, acusado de corrupção e a ele se atribuía seguir o famoso “rouba, mas faz”. Adversário de vida inteira de Jânio, Adhemar não se nega que foi político notável. Ainda que se condenem os meios que utilizava, não se pode ignorá-lo. Era do tipo que tem cara e coragem - há quem diga desfaçatez - coisa que hoje parece faltar demais à classe política.
Osvaldo Brandão quando técnico do Corinthians costumava dizer quando seu time estava em vantagem no placar: “agora é jogar o jogo”. Dilmistas, aecistas, campistas e marinistas: é hora de jogar o jogo. Quanto a nós assistiremos de longe as tertúlias dos candidatos que tão intempestivamente antecipam suas campanhas. Mas, o que chama atenção é o fato de que nenhum deles parece, até agora, reunir pelo menos um pouco da apaixonante magia que movia as campanhas dos velhos candidatos e seus “istas”. Comício era comício, sem gente cantando, olho no olho e isso não é saudosismo não.