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Tempos de pandemia
Que o mundo muda não é novidade para ninguém. A história é plena de percalços sejam eles guerras, epidemias e outros males que ceifam inúmeras vidas. No século 14 a Peste Negra, provocada pela bactéria Yersina pestis, provocou a morte de entre 75 e 200 milhões de pessoas na Eurásia. Há mais de 3 mil anos a varíola, agora erradicada, tem atormentado os homens. A epidemia de gripe espanhola, em 1918, provocou a morte de entre 40 a 50 milhões de pessoas.
De lá para cá a ciência evoluiu bastante. Novos arsenais terapêuticos foram incorporados ao dia a dia das populações. Antibióticos, vacinas e outros recursos passaram a ser utilizados minorando o sofrimento. A medicina tem experimentado importantes progressos no terreno de tratamento das doenças.
No momento a humanidade enfrenta as graves consequências da propagação de um vírus surgido na China e que se espalhou em todo o planeta. Seu súbito aparecimento estabeleceu grave crise dado tomar de surpresa os meios habitualmente envolvidos na prevenção e tratamento de doenças. Assim, o Covid-19 e suas variantes mutagênicas seguem driblando autoridades e cientistas que lentamente se aplicam na produção de vacinas. A emergente necessidade de vacinas não tem sido acompanhada pelas quantidades produzidas dadas as limitações de preparo, testes e aprovação necessárias ao estabelecimento de campanhas seguras de vacinação.
Em função disso tudo se instalam situações alarmantes em várias partes do mundo. Em nosso país destaca-se a inoperância de medidas até agora adotadas no combate à epidemia. Variando-se desde o atraso quanto à aquisição de vacinas ao descaso de parte da população que se recusa ao uso de normas de prevenção, fato é que pouco a pouco aproxima-se de um muito possível caos. Hospitais sem vagas de UTI para receber doentes funcionam como termômetro da crise. Também contribuem os problemas gerados no setor econômico sempre afetado quando medidas restritivas ao funcionamento de empresas e do comércio são adotadas. O PIB em queda e alta taxa de desemprego colocam autoridades diante de decisões particularmente difíceis.
Nada do que aqui se escreve é novidade. Todo mundo sabe disso. Importa, entretanto, lembrar de que por mais que tenhamos enfrentado situações difíceis nos últimos 50 anos nenhuma delas teve o peso significativo da atual. Aqui não se trata de simples mudança de rumos, da sempre necessária necessidade de acordo entre partes. Embora isso seja muito importante no momento não se pode esquecer de que, ideologias de parte, existe um inimigo comum que a todo custo precisa ser contido. O Covid-19 transmite-se velozmente, provoca grande número de óbitos e pode-se dizer que, até o momento, está vencendo essa guerra. Urge, portanto, solidariedade entre os homens, acordos entre governos, direcionamentos claros no combate á pandemia. Aqueles que já perderam ou os que ainda perderão entes queridos anseiam por humanidade e profissionalismo dos homens que nos dirigem.