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Água em Marte
De todos os planetas o mais ambicionado pelos humanos é Marte. O planeta vermelho poderia abrigar vida e, talvez, vir a ser colonizado. Antes da chegada da primeira sonda Mariner 4 à Marte, em 1965, supunha-se a existência de canais no planeta e atribuía-se o vermelho a um tipo de vegetação.
A atração pelos mistérios de Marte ensejou muitas obras de ficção científica. No passado os cinemas exibiam, após o término dos filmes, episódios do seriado “Flash Gordon”. Nesse seriado Flash e sua turma encontravam vida inteligente no planeta vermelho. Marte também faz parte da série “Odisseia no espaço” na qual a tripulação da nave Pegasus visita planetas. O primeiro planeta visitado é justamente Marte onde os viajantes do espaço desembarcam, enfrentam tempestade de poeira e encontram água.
Recentemente, pudemos ver nas telas o filme “Perdido em Marte”, história de um astronauta deixado no planeta onde consegue sobreviver, cultivando vegetais. Nesse filme as imagens de Marte foram cridas utilizando-se imagens reais obtidas pela Nasa. A aventura do astronauta Mark Watney (Matt Damon) é interessante e as cenas vividas por ele, fora da Terra, instigantes.
Mas, chega uma notícia não ficcional sobre Marte: após anos de investigação cientistas descobriram água no planeta vermelho. Trata-se de um reservatório de água líquida fato que aumenta as chances de possibilidade de vida no planeta. É um lago de cerca de 20 km de diâmetro cuja profundidade se desconhece. Localiza-se sob uma camada de gelo, próxima ao Polo Sul de Marte e certamente contém alguns milhões de litros de água.
Há pouco foram divulgadas duas pesquisas realizadas por cientistas da Nasa. Eles usaram dados enviados pelo jipinho Rover que coleta dados em Marte, desde 2012. No primeiro estudo foi comprovado a existência do gás metano. No segundo a presença de compostos orgânicos incrustados em rochas.
Caso um dia se encontrem sinais de vida em Marte supõe-se que se trate de vida bastante precária. Nada dos homenzinhos de baixa estatura imaginados por um cientista italiano nos primeiros anos do século passado.
Perdido em Marte
O espaço nos fascina. Saber sobre o que existe para além de nossas fronteiras, avançar no desconhecido, desvendar os mistérios do universo… Aventuras do pensamento. Só a magia do cinema logra aplacar pelo menos parte de nossos anseios. Talvez nisso resida grande parte do enlevo a que são arremetidos os cinéfilos diante das desoladoras imagens de Marte exibidas na telona.
Não se pretende aqui falar sobre detalhes do roteiro do magnífico filme de Riddley Scott. O que nos motiva são os momentos de total isolamento da personagem vivida por Matt Demon, o astronauta perdido em Marte. Trata-se de um homem fora do contexto a que estamos habituados, sobrevivendo às custas de dois fatores: coragem e conhecimento. Da fusão dessas duas características emerge um ser eminentemente humano capaz de driblar toda sorte de adversidades, conseguindo, afinal, resultado aparentemente impossível.
Estar longe de nosso mundo, terrivelmente só, pulsante de vida que a cada momento corre o risco de escapar. Percorrer paisagens inóspitas, avançando no desconhecido, acreditando sempre no que parece impossível. A aventura do astronauta isolado no planeta vermelho confunde-se com a própriaria trajetória do homem que conquistou a Terra, sobrepujando-se às demais espécies.
O filme de Riddley fascina, diverte. Mais que isso faz-nos pensar sobre a origem e o destino do homem. Viveremos aqui para sempre? Dominaremos o espaço que nos cerca? Ou nos perderemos como imigrantes em sóis estranhos, ícaros cujas asas não permitem os longos voos alimentados em nossos sonhos?
Ao futuro talvez pertençam respostas às nossas indagações.