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Vida e morte de artistas
Clark Gable morreu pouco depois da filmagem de “Os Desajustados” no qual contracenava com Marylin Monroe. Este também foi o último filme de Marylin que, como se sabe, foi encontrada morta em sua casa vitimada pela ingestão de comprimidos. Até hoje se discutem as razões da morte de Marylin que teria se suicidado, havendo quem diga que na verdade a atriz foi assassinada. Gable morreu de um infarto do miocárdio e não consta que tivesse problemas com drogas.
Nesta semana desapareceu o ator Philip Seymour Hoffman, encontrado morto em sua casa. Ainda tinha uma agulha presa ao braço quando dois amigos o encontraram. Envelopes com heroína espalhados no chão indicavam o limite extremo a que chegara o ator drogando-se.
O cantor Michael Jackson morreu em consequência de intoxicação por Propofol e uso tranquilizantes e medicamentos contra insônia. A cantora Amy Winehouse morreu devido a intoxicação por álcool. Meses antes a cantora havia estado n Brasil e apresentara-se sem condições de atuar em alguns de seus shows. Pessoas que assistiram a apresentação dela em São Paulo lamentavam e reclamavam da péssima condição da cantora totalmente incapacitada para cantar.
São passados quatro dias desde que a morte de Philip Seymour Hoffman foi anunciada e ainda agora é impossível esquecê-la. O que teria levado um ator de primeira grandeza a tal situação de desencanto com a vida, entregando-se freneticamente ao consumo de drogas? Amigos do ator revelaram que ele sabia que iria morrer caso não parasse. Dias antes de sua morte ele mesmo dissera isso. Mas, ainda assim, não parou e o resultado foi a morte que tanto nos impressiona.
Receio que pessoas com grande sensibilidade artística possam correr maior risco de se perderem em alguma das travessias desta vida. Hoffman atingiu o ponto máximo a que pode chegar um ator em sua carreira. Aos 46 anos de idade já recebera o Oscar de melhor ator por sua fantástica atuação no papel de Truman Capote. Tinha ele, também, o dom especial de conferir magnitude a pequenos papéis. A cada filme nós o víamos diferente, de tal modo encarnado na pele de suas personagens que fazia-nos esquecer dele mesmo.
Philip Seymour Hoffman era um homem profissionalmente realizado daí se supor que pudesse ser feliz. Admirado pelos fãs dele se esperavam participações em novos filmes dado que a tela grande parece conferir eternidade aos que nelas atuam. Mas, como sempre a realidade se impôs à ficção e eis que Hoffman sai de cena quando menos se esperava.
A solidão faz parte da história de vida de muitos artistas. Contam-se casos de grandes cantores que se apresentam a multidões que dariam tudo para se aproximar deles. No final de seus shows acabam retornando para casa sozinhos, muitos deles consumindo-se no álcool ou nas drogas.
Philip Seymour Hoffman deixa um enorme vazio. Sua morte impressiona porque sugere que, talvez, nenhuma conquista possa realmente valer a pena. Deixa-nos o grande ator uma interrogação sobre algo que preferimos ignorar para que a vida tenha sentido.