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7 bilhões de seres humanos
Hoje, 31 de outubro de 2011, a humanidade alcança a cifra de 7 milhões de seres vivendo na Terra. Isso representa que em algum momento das 24 horas deste dia nascerá a criança que, acrescida ao número dos já viventes, completará os 7 bilhões.
O número de seres humanos é grandioso quando olhamos para trás. De fato, há cerca de 20 anos, nos idos de 1990, a população humana era de 3 bilhões de habitantes. Isso significa que entre 1990 e 2011 a população mais que dobrou em número. Entretanto, se forem corretas as avaliações sobre tendências de crescimento populacional, os atuais 7 bilhões não são tão grandes assim: existe a possibilidade, caso se mantenha o atual ritmo de crescimento, que a população humana chegue a 15 bilhões de pessoas em 2100, ou seja, no final deste século. Em verdade para que isso possa vir a acontecer torna-se necessário que alguns fatores atualmente determinantes do crescimento populacional se mantenham nas mesmas proporções, entre eles a taxa de fecundidade. É baseando-se em fatores como a possibilidade ou não de manutenção da fecundidade que estudiosos estimam que até o término do atual século a população humana atinja, no máximo, a cifra de 10 bilhões. Em todo caso, raciocínios dessa ordem mais pertencem ao ramo da futurologia dado que, de fato, não se sabe o que virá pela frente.
O que não pertence à futurologia é o fato de que mesmo com 7 bilhões de pessoas o mundo não anda lá muito bem. Há, sim, espaço para que todas as pessoas se instalem por aí e vivam nos conformes. Entretanto, o número crescente de pessoas torna-se preocupante na medida em que a civilização optou pelo consumo com todas as suas consequências. O fato é que mesmo com o atual número de habitantes existente em cada país torna-se difícil, senão impossível, proporcionar a todas as pessoas condições de bem-estar. Se isso está a ocorrer neste exato momento é de se perguntar sobre a natureza do milagre que deveria acontecer caso em um século a população humana dobrasse em número. Que tipo de solução teríamos para combater as desigualdades sociais, a miséria, a fome, o excesso de lixo, o aquecimento global, enfim todos os problemas que já hoje preocupam governos e populações sem que para eles se encontrem soluções a contento?
Pode-se dizer que os problemas ecológicos pareceram mais impactantes a partir dos anos 70 do século passado. Não que anteriormente os problemas inexistissem: estudiosos dedicavam-se ao assunto que viria a popularizar-se mais nas décadas seguintes. Lembro-me bem de que ainda nos anos 70 não se dava tão grande importância aos problemas ligados à conservação ambiental. Não deixa de ser interessante lembrarmo-nos de que, em 1970, a população brasileira era da ordem de 90 milhões de pessoas, os tais “90 milhões em ação” como se dizia em relação à torcida pelo Brasil na Copa de 70. Como se vê, existia naquele ano pouco mais que a metade da população que hoje tem o Brasil. De lá para cá muita coisa aconteceu, o mundo mudou e o Brasil com ele. Nossos hábitos hoje são diferentes e o mundo segue na direção que todo mundo conhece.
Nos anos 70 ensinava-se darwinismo nas escolas partindo-se da famosa proposição de Thomas Malthus (1766-1834) que define o crescimento do alimento em progressão aritmética enquanto que as populações crescem em progressão geométrica. Ainda no século XIX Malthus observara a disparidade entre a velocidade de crescimento populacional e a velocidade de meios para a subsistência dela, daí decorrendo a luta pela existência. Essa importante proposição de Malthus era e é usada, durante as aulas, como meio introdutório ao darwinismo. Mas, em termos populacionais não se olhava para o malthusianismo como perigo iminente, algo a acontecer em breve, daí naquela época o crescimento populacional não parecer muito preocupante. Atualmente, ao chegar aos 7 bilhões de pessoas no mundo, a coisa muda de figura e há que se perguntar como deverá se administrar o futuro para que os povos da Terra possam viver em paz e desfrutando de bem-estar.
Enfim não é demais pedir, no dia em que os seres humanos se tornam 7 bilhões, que a humanidade pense no futuro da sua própria espécie no planeta. Afinal a Terra existe há cerca de 4,5 bilhões de anos, mas a presença do homem sobre ela se conta com algarismos de milênios. Convenhamos que se trata de muito pouco tempo para que se possa idealizar a noção de eternidade da espécie humana no planeta.