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Queda de popularidade
Políticos sobrevivem na profissão às custas das popularidades pessoais. Alguns deles permanecem ativos durante muitos anos. Outros têm trajetórias meteóricas, subindo depressa e caindo na mesma velocidade. O ex-prefeito de São Paulo, Celso Pitta, é um bom exemplo disso.
Neste ano dois políticos de grande visibilidade deixaram o Senado: Sarney e Pedro Simon. Eram ícones, para o bem e para o mal. Contaram com reeleições garantidas em várias legislaturas. Sarney chegou à presidência da República com a morte de Tancredo. Simon notabilizou-se pelo esforço em prol do que considerava correto e justo.
O problema na política é o tempo de duração das promessas. Promessa tem pernas curtas. Sabe-se que políticos fazem de tudo enquanto concorrem a cargos eletivos. Prometem o céu se preciso for. Depois de eleitos assumem seus cargos e dão de cara com a realidade muitas vezes incompatível com as promessas que fizeram.
Nesse momento em que todos os radares apontam para uma crise incontornável no país, políticos recentemente eleitos enfrentam a dualidade entre o que prometeram e as atitudes que se veem na iminência de tomar. Face a esse fato as pesquisas de opinião retratam quedas nas popularidades, sendo enorme a da atual presidente da República. Para muita gente a presidente teria mentido divulgando promessas de campanha que não poderia cumprir. A adoção de política econômica pregada por seu adversário nas urnas - à qual combateu - tem sido adotada pelo seu governo em segundo mandato. Embora considerada correta no momento a atual política econômica infringe as promessas realizadas. A popularidade da presidente despenca.
O mesmo acontece com o governador reeleito de São Paulo, Geraldo Alkmin, a quem se acusa de ter escondido, no período eleitoral, a dimensão do problema da água. O racionamento que está por vir não fazia parte do discurso do candidato que negava a necessidade de implantá-lo. As pesquisas mostram queda da popularidade do governador.
Mas, a pergunta é: acaso fossemos nós os candidatos teríamos sido honestos com o povo, fazendo declarações que quase com certeza resultariam em derrota nas urnas? Eis aí uma questão muito fácil de responder quando não se está na pele de um candidato a cargos eletivos. Entretanto, dá o que pensar quando se coloca em perspectiva a mente de um político que atua num meio complexo como o da política brasileira.
Claro que somos contra o vale tudo. Juramos que diríamos a verdade caso fossemos nós os candidatos porque enganar o povo é inaceitável. Mas, será que todo mundo pensa do mesmo jeito? Está visto que não e só nos resta conviver com o que está aí.