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Programas de TV: nivelando por baixo
O assunto é mais que gasto, ainda assim não há como ignorá-lo: a influência dos programas de televisão sobre hábitos, educação etc.
Queira-se ou não, a TV faz as cabeças. Sendo assim, é de se perguntar por que um meio de comunicação que entra em quase todos os lares brasileiros se dá ao desfrute de uma programação tão pobre, apelativa e, pior que isso, sem outro fim que não o de atrair a audiência das classes C e D sobre as quais executa verdadeira lavagem cerebral. Note-se que inexiste nessa programação qualquer finalidade educativa: o que contam são os números de olhos pregados nos televisores, nesse ou naquele programa, enfim o IBOPE.
Nos últimos dias um problema se saúde (dengue, faça o possível para não pegar porque é horrível) me obrigou a longos períodos assistindo aos canais da TV aberta. Que não me perdoem, mas a maioria do que se apresenta é lixo puro salvando-se alguns telejornais e um ou outro programa que exija raciocínio do telespectador. É dessem modo que o kitsch é distribuído equitativamente a milhões de pessoas que passam a ter visão distorcida submetidas a algo que passar por arte.
Entre as pérolas apresentadas pelos canais destacam-se as telenovelas as quais, atualmente, descambaram para um lugar comum absurdo, explorando a emotividade fácil do público, com tramas nas quais se destacam tragédias familiares, doenças etc. Como as tragédias acontecem com famílias ricas a idéia geral parece ser “acontece também com os ricos”, logo estamos compensados.
As novelas nunca foram exemplos de boas narrativas de vez que se alongam desnecessariamente em temas muitas vezes fortuitos. Isso não quer dizer que no passado não se produzissem boas novelas: “O Bem Amado” de Dias Gomes é só um entre vários exemplos de boas produções.
O que se apresenta hoje na televisão brasileira mostra o descaso das redes e dos órgãos que as controlam em relação a um mínimo teor educativo da população. Sobre a programação pode-se dizer que, em muitos momentos, chega a agredir a inteligência dos telespectadores.
Infelizmente esse parece ser só mais um dado entre muitos que concorrem para a banalização geral do conhecimento e da educação. É preciso rever esse tema com urgência, afinal o Brasil não vai fechar amanhã e as próximas gerações precisam estar preparadas para votar bem e levar o gigante em que vivemos para frente.