Arquivo para ‘saci e folclore nacional’ tag
Os sacis
Não faz muito tempo um empresário afirmou criar 17 casais de sacis em seu sítio. Segundo ele os sacis têm cerca de 1,20 m de altura, também vivem na mata e protegem a fauna e a flora.
O saci é dos mais destacados personagens do folclore nacional. Negrinho de um perna só, fuma cachimbo e porta um gorro vermelho na cabeça. Existe no país a Associação Nacional dos Criadores de Saci (ANCS). O empresário sobre quem falamos é o representante da Associação em Botucatu. Mas, ele avisa que não é fácil encontrar-se um saci dado o crescente desenvolvimento urbano. Além do que nem todos os sacis são iguais: existem tipos diferentes, uns que têm apenas a perna direita, outros só a esquerda.
Muitas lendas correm sobre sacis. Consta que a cidade de Porangaba teria sido amaldiçoada por uma cigana daí, talvez, o fato de no lugar existirem muitos sacis.
Não sei se hoje as mamães usam o personagem saci para amedrontar crianças peraltas. No passado os pequenos que não se comportavam eram informados de que o saci poderia estar por perto e o melhor seria emendarem-se. A conhecida figura do saci metia algum medo nas crianças por esses interiores do Brasil.
Os sacis sempre eram citados quando não se encontravam explicações razoáveis para fatos incomuns. Atribuía-se a culpa de algum malfeito ao negrinho de uma perna só. Muito comum era culpar-se o saci pelo desparecimento de pés de meia. Mas, a quem interessaria roubar ou fazer desparecer apenas uma meia? Certamente só teria interesse numa coisa assim alguém que só precisasse de uma do par, ou seja, alguém de uma perna só. De modo que desde sempre o saci tem sido responsabilizado pelo desparecimento de meias que estranhamente somem nas casas de famílias.
Há quem ache tudo isso nada mais que uma grande bobagem. Confesso que também me esquecido dos sacis e suas traquinices. Até que, dias trás, conversando ao telefone, ouvi da pessoa com quem falava queixas sobre o desparecimento de um dos pés das suas meias. Reclamava de gavetas cheias com um pé de cada par. O mais interessante é que a pessoa nem mesmo titubeou em atribuir o malfeito ao saci. Ao ouvir isso comecei a rir no que não fui acompanhando pelo queixante que, assim me pareceu, falava sério.