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Sob a pele
“Sob a pele” é um filme do diretor britânico Jonathan Glazer no qual a alienígena Laura (Scarlett Johansson) ocupa-se da mítica missão de devorar homens. Não se sabe como ela veio parar na Terra. Tudo no filme se resume a assistir aos movimentos de Laura que dirige uma van, procurando pelas suas vítimas. A alienígena sempre escolhe homens solitários a quem seduz com sua beleza, levando-os até uma casa abandonada onde ela se desnuda, atraindo-os para a morte.
Assim, tudo parece ser muito simples. Em nenhum momento se mostram as tradicionais cenas de ação com lutas entre alienígenas portadores de armas sofisticadas e humanos. A arma utilizada por Laura é unicamente a sedução, a atração irresistível que exerce sobre homens que sucumbem aos seus encantos.
Eis aí um filme no qual os diálogos são escassos. Não são necessárias explicações para aquilo que o espectador pode entender apenas pelas imagens. Nem é preciso esclarecer as motivações da alienígena. Ela é assim e pronto. De onde veio e para onde vai, porque se dedica a devorar homens simplesmente não interessa. A lógica de alguém vindo do espaço certamente foge à compreensão dos humanos que ela vê através dos vidros fechados da van.
Com um roteiro simples, pouca ação e sem sobressaltos o filme atrai pela excepcional atuação de Scarlett Johansson. Não há como não se prender à beleza dessa mulher cujas formas desafiam o padrão exigido de magreza. Scarlett é uma verdadeira mulher, em carne e osso, sem a preocupação de sê-la. Sua prodigiosa nudez traz para a tela o encantamento da visão de uma fêmea em sua plenitude. Grande parte do filme se passa através do contato entre o espectador e o rosto da atriz no qual a beleza confunde porque protege uma devoradora de homens.
Se você procura um filme de ação não perca tempo com “Sob a pele”. Certamente a trama sem sobressaltos aparentes o deixará insatisfeito. Entretanto, eis aí um filme que dará o que pensar às pessoas que gostam de cinema. Eis aí uma produção diferente que por vezes se arrasta, mantendo-se em pé graças à presença deslumbrante da personagem alienígena. Aliás, uma alienígena que aos poucos começa a se aproximar dos seres humanos, talvez procurando entendê-los. É justamente quando Laura começa a experimentar coisas da Terra que tudo muda para ela. Afinal, os dedos que batem sobre a mesa tentando acompanhar o ritmo de uma música e a boca que não consegue engolir um pedaço de bolo não pertencem a um ser humano.
Laura é um ser no lugar errado, valendo-se de sua beleza exterior que camufla o alienígena que vive sob a sua pele. Essa contradição guiará o desfecho da trama encenada.