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Segundo turno

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O assunto tomará conta dos noticiários nos próximos dias. Cada passo dos dois candidatos à presidência da República será acompanhado por um batalhão de repórteres. Os brasileiros terão uma segunda oportunidade de ponderar sobre os candidatos e seus programas para escolher quem governará o país nos próximos quatro anos.

Durante a campanha o presidente Lula deixou de lado a imagem de paz e amor e atacou a imprensa à qual acusou de partidarismo. Nas hostes do PT um clima de “já ganhou” acrescido da divulgação de escândalos que não puderam ser represados influíram no resultado das eleições. Cansamos de ouvir dizer da imprensa que o presidente não aceita qualquer tipo de crítica que venha a atrapalhar o seu plano sucessório.

Mas, a imprensa foi parcial? O que se viu foi a imprensa se defender acusando o governo de intenções autoritárias e propensão à censura. A preocupação pareceu justa diante de tantas acusações que, afinal, são normais na vigência de regime democrático. Não se pode negar a truculência do governo e mesmo a produção marqueteira de uma candidata que ainda não disse a que veio ou virá. Por outro lado, também não se pode negar o fato de que ao candidato do PSBD faltou clareza de intenções. A campanha de Serra mais pareceu um traçado feito para evitar melindres, como se não se quisesse atordoar o eleitor com dúvidas. Não deu certo e não foram os próprios erros do PT e a eleição já estaria decidida.

Tudo isso é bem sabido por todos, mas não custa repetir. O que não surpreendeu, mas chamou a atenção na noite de ontem, foi a incontida satisfação dos comentaristas políticos em relação ao resultado da eleição para presidente. Não se pode generalizar, mas havia um sorriso maroto no canto dos lábios dos comentaristas, espécie de desforra contra os ataques do governo à imprensa. A imagem de Dilma decepcionada ao lado de um lívido Temer foram objeto de comentários aparentemente isentos, mas carregados de sarcasmo.

Esse é o preço que se paga pelos exageros e desrespeito à inteligência dos brasileiros. Se Dilma quiser mesmo ganhar as eleições terá que se lembrar de que nem todos os brasileiros pararam seus estudos no primeiro grau e que a inteligência é algo a se respeitar. Do lado de Serra é preciso que, com urgência, mude a sua campanha e traga de volta ao primeiro plano realizações incontestes de seu partido como o Plano Real. Não há que se esconder o passado ou temer comparações. É hora de abrir o jogo, jogar o jogo como dizia o antigo técnico de futebol, Oswaldo  Brandão.