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O fim da história?
Sabe-se que o “fim da história” preconizado por Hegel não aconteceu. A teoria de Hegel propunha que, com o fim das mudanças, a humanidade atingiria o equilíbrio representado pelo liberalismo e a igualdade jurídica.
Acreditou-se que com a queda do muro de Berlin a história tivesse chegado a seu fim. Em 1992 Francis Fukuyama publicou o livro “O fim da história e o último homem”. Para ele, com o fim do antagonismo da Guerra Fria, a destruição do fascismo e do socialismo, a humanidade passar a viver dentro da democracia isso significando o coroamento de sua evolução. A democracia liberal ocidental teria se firmado como a solução final do governo humano.
De lá para cá muita água tem rolado por debaixo da ponte. O proposto “fim da história” simplesmente não aconteceu. O mundo atravessa sério período de desequilíbrio no qual os homens não se entendem. Imigrantes chegam à Europa para fugir de conflitos em seus países. Atos terroristas se repetem. O fundamentalismo islâmico proporciona a formação de grupos radicais para os quais o ocidente não passa de ameaça a ser destruída. Vida de vítimas inocentes são ceifadas quase sempre impunemente. Países como os EUA e a Coréia do Norte mostram-se dispostos a um conflito nuclear. A democracia ocidental não deu conta do recado. Não se converteu no governo resultante do equilíbrio da humanidade. Fukuyama estava errado.
Tudo isso nos leva a pensar que o homem talvez não seja um tipo de ser afeito a equilíbrios. O lado animal da espécie muitas vezes fala mais alto. O apelo à selvageria faz parte do temperamento aguerrido que, em parcelas da humanidade, sobressai-se aos bons instintos. Nisso a razão da violência urbana que nos atinge e ameaça.
A história nos mostra que o homem sempre foi o mesmo, a despeito das condições em que viveu em diferentes épocas. Por isso obras escritas há muito tempo, como as de Shakespeare, permaneçam atuais. Elas falam sobre o homem daí suas mensagens serem ouvidas até hoje como de grande atualidade.