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No banco

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Eu me esforço, mas não consigo entender a lógica dos juros bancários. Se você aplica o seu dinheiro na poupança ou coisa do gênero não chega a receber nem 1% ao mês como rendimento. Caso use o cartão de crédito e não pague na data o juro é de mais de 10% ao mês. Um amigo fez um seguro num banco de depois se apertou. No primeiro mês os R$ 200 que ficou devendo passaram a 220; no segundo mês passou a dever mais R$200,00 e o juro sobre os R$ 220,00 que já devia; começou o terceiro devendo 420 aos quais se somaram mais R$ 200,00 do mês. E assim por diante, sempre crescente, tanto que, quando se deu conta, estava endividado.

Vou ao banco levando o meu talão de cheques para desbloquear. A moça amável que me atende pergunta por que não faço isso pela  internet. Respondo que não tenho a senha. Explico que o banco em que ela trabalha, do qual sou cliente há quase 30 anos, foi incorporado por outro, mudou de nome etc. Mudaram também o número da agência e o da minha conta, de modo que as minhas senhas já não servem. A partir daí seguem-se explicações dela de como devo proceder, números de telefones do banco pra ligar solicitando isso e aquilo. Ao fim do que pergunto se ela mesma não pode quebrar o meu galho e me dar uma senha, só uma, o que vai custar a ela?

Ela não pode. Explica que o problema é o sistema. Ela é obrigada a utilizar o sistema do banco, não há como pular etapas.

Saio do banco pensando sobre o fato de que os bancos são muito vivos. Agora o cliente não precisa mais ir ao banco para fazer as suas operações de modo que os caixas ficam mais vazios. As pessoas fazem uso dos caixas eletrônicos ou operam via internet. Negócio dos negócios, não? Se a isso somarmos o custo do dinheiro para os clientes…

Não sei por que me voltam imagens da época em que o Collor sequestrou o dinheiro do povo. Ele assumiu a presidência e colocou uma equipe econômica na  televisão para explicar o plano que salvaria o Brasil. À frente da  equipe a ministra Zélia que ainda hoje a gente acha que não sabia bem a extensão do que estava fazendo. Nos bancos filas enormes, longas, longuíssimas. Da noite par o dia gerentes de bancos e tornavam pessoas importantes, de difícil acesso. Você podia tirar do banco o total de 50 (cruzeiros, cruzados, ou reais, não me lembro) que não davam para quase nada. No dia do pagamento dos aposentados grande alvoroço, filas de velhinhos desesperados, aguardando durante horas para serem atendidos.

Lembro-me disso e tenho vontade de voltar ao banco para dizer à moça que ela tem que me dar uma senha, afinal sou cliente há 30 anos e isso aqui ainda é o Brasil. Mas, desisto porque ela vai me dizer que a culpa é do sistema, do maldito sistema que agora controla as nossas vidas e do qual nos tornamos reféns.