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Enfim o julgamento do mensalão
Parece inacreditável, mas sete anos depois o mensalão finalmente vai ser julgado no STF. Ontem se mostravam os preparativos para o início das sessões nas quais os réus enfrentarão as acusações que contra eles pesam e terão oportunidade para defesa.
Discute-se se o julgamento será apenas baseado nas leis, se partidarismo políticos influenciarão as decisões, se a cobrança da opinião pública sortirá efeitos no encaminhamento dos trabalhos. Não há como negar que sob o ponto de vista público esperam-se condenações. A verdade é que fomos bombardeados por terríveis acusações de grandes movimentações de dinheiro para a compra de votos de parlamentares na esfera federal. As acusações que se iniciaram com o dedo em riste de Roberto Jefferson, as negações de José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino, o surgimento de Marcos Valério como o homem do dinheiro, a negação do então presidente Lula de que o mensalão tenha existido e o furor da oposição no sentido de punir os responsáveis, tudo isso nos levou a esperar pelo esclarecimento final dos caso e a punição dos envolvidos.
A verdade é que a demora para que o julgamento se realizasse reforçou junto à opinião pública a certeza de que vivemos no país da impunidade no qual desmandos e crimes de qualquer natureza passam em branco, tanto que nos habituamos a eles. Pois é justamente para que a confiança popular no judiciário do país se restabeleça que o julgamento do mensalão virá a contribuir. É preciso que se coloque ponto final nessa triste história de tramoias realizadas às escuras com prejuízo para o país e os cidadãos que trabalham honestamente. Que sejam punidos os que fizeram jus à punição e absolvidos os que não são culpados.
Segundo Roberto Gurgel, procurador-geral da República, o mensalão foi o maior caso de corrupção no país. De que o mensalão existiu não restam duvidas embora políticos o neguem em acordo com seus interesses pessoais e dos partidos em que militam. O que se espera a partir de hoje é que o Supremo realmente seja Supremo. Condições para isso não falta a esse órgão formado por magistrados de altíssimo nível e com totais condições de discernir entre o certo e o errado, o legal e o ilegal, entre o que é crime e o que não é.