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Compras pela internet
Não é esta a primeira vez que toco no assunto. O que novamente me move é a espantosa pressão que se faz sobre os consumidores com ofertas e mais ofertas de toda sorte de produtos.
Mensagens chegam a todo instante, como se dizia no passado, por terra, mar e ar. Hoje em dia fala-se muito sobre essa entidade etérea à qual se dá o nome de “nuvem”. A “nuvem” pode ser definida como uma impressionante concentração de dados que estão sobre as nossas cabeças e entram nas nossas vidas através do computador. Pois, boa parte desses dados refere-se a ofertas de produtos patrocinadas por pequenos, médios e grandes conglomerados de negócios.
A sua geladeira está velha? Então, basta entrar num site de um dos grandes provedores da internet para dar de cara com uma lista de empresas que oferecem geladeiras de todos os tipos. Escolha a de sua preferência e que caiba bem no seu orçamento. O negócio será fechado diretamente pela internet. Paga-se em vezes com o cartão de crédito e dias depois eis que entregarão, na sua casa, a geladeira novinha. Assim acontece com qualquer outro produto, de qualquer linha.
O que mais chama a atenção é que esse tipo de comércio que suprime a visita do consumidor às lojas tornou-se “normal”, isso é rotineiro. Compram-se produtos no país ou fora dele. Há sites chineses que trabalham com ofertas que nem de longe podem ser acompanhadas pelas empresas brasileiras. Existe sempre o risco do consumidor não receber o produto, mas na maioria das vezes a transação é bem sucedida: demora, mas, tempos depois, o produto comprado chega, vindo diretamente da China. Pode?
Bem, creio que todo mundo sabe disso e está acostumado a receber e-mails com ofertas de viagens, produtos etc . Entretanto, duas coisas precisam ser ditas. A primeira delas é que tudo isso é muito recente, de pouquíssimos anos para cá, fato que justifica aquele “normal”, entre aspas, escrito acima. A segunda diz respeito à dúvida inquietante sobre como serão as coisas no futuro. De fato, não consigo imaginar o mundo em que viverá uma criança nascida neste ano, por exemplo. Imagine-se que até a teoria de Einstein anda sendo abalada porque se descobriram neutrinos que viajam mais depressa que a velocidade da luz. Então, como será?
É possível que em poucos anos não existam mais lojas de rua, sendo a quase totalidade das compras feitas pela internet. Também é possível que dentro de 20 ou 30 anos já tenha sido inventado um meio de comunicação diferente e mais eficaz que a internet e as pessoas da nova época se refiram a ela com comentários como “lembra—se do tempo da internet”?
Dirão que não vai ser assim, afinal a internet veio para ficar. Não sei não e apenas me dou ao luxo de lembrar que há pouco tempo não tínhamos celulares e internet. O carro-de-boi ficou muito, muito, para trás e quem sabe o mesmo venha a acontecer com os carros. Enquanto tudo isso não passa de especulação vamos em frente, aproveitando as coisas interessantes que a tecnologia nos oferece.
Às compras!