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Traição e traidores
Tétrico I foi o último imperador do império das Gálias. Reinou entre 271 e 274, juntamente com seu filho Tétrico II. Tétrico tornou-se imperador depois do assassinato de Vitorino em 217. Depois da morte de Vitorino, sua mulher, Vitória, convenceu o exército a aceitar Tétrico como imperador.
Reconhecido como imperador em toda a Britânia e maior parte da Gália Tétrico enfrentou grandes revoltas em seu governo. Em 273 o imperador romano Aureliano iniciou campanha para recuperar as colônias ocidentais. Tétrico e o filho viram-se obrigados a marchar para o sul dado que Aureliano avançava em direção a Gália. Entretanto, o exército de Tétrico foi aniquilado num evento que ficou conhecido como “catástrofe cataláunica”. Mas, Tétrico e o filho foram poupados por Aureliano. Relata-se que Tétrico rendeu-se a Aureliano em troca de sua vida e da do filho, embora seu exército ainda lutasse. Essa traição aos seus valeu posteriormente a Tétrico o cargo, dado a ele por Aureliano, de governador de uma região no sul da Itália.
A história é rica em traidores, alguns muito famosos como Judas e o sempre citado Joaquim Silvério dos Reis. Mas, casos de traição que envolvem esferas do poder não raro vêm a público, causando espécie na população. Neste momento a atual presidente da República do Brasil acaba de se pronunciar, publicamente, acusando seu vice-presidente de traição. Segundo ela em nenhum país se viu o caso de alguém de primeiro escalão, vice-presidente, tramar nas sombras para destituir um presidente com a intenção de ocupar o cargo, tornando-se, por essa via, primeiro mandatário do país.
Obviamente, o vice-presidente evita comentar a acusação. Seus correligionários apressam-se em citar as várias razões que justificariam o impeachment da presidente. E a batalha entre as personalidades ganha corpo e segue em frente.
O Brasil teme pelas consequências da desabrida disputa travada nas instâncias superiores. Para o derrotado não haverá prêmio como aconteceu a Tétrico. Os tempos são outros. Pena que ao vencedor, como nos disse Machado, restarão as batatas.