vida após a morte at Blog Ayrton Marcondes

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Assombrações

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Na minha infância a presença de assombrações era coisa natural. Fulano de tal levantou-se durante a noite e, no escuro, viu-se diante do espectro de uma mulher. Assustado, retornou ao quarto de dormir, acordou a mulher e rezaram o terço para que a alma penada encontrasse a paz. Histórias como essa eram mais ou menos rotineiras daí o medo das crianças em ficar sozinhas no escuro.

Assim, a vida após a morte surgia como fato consumado. Alguns iam para o céu, outros para o inferno, outros ainda passariam por estágio no purgatório. Espíritos mal resolvidos perambulavam pelo mundo, vez ou outra assombrando pessoas.

Ver ou não espíritos não era para qualquer um. Certas pessoas nasciam dotadas da mediunidade que lhes permitia o contato com os mortos. Minha tia-avó teria sido dessas pessoas iluminadas. No mundo dela não havia separação clara entre vivos e mortos. Certa vez estávamos à mesa para o almoço e eis que ela passou a relatar a presença de nossos acompanhantes invisíveis. Fulana está ali, sicrana em pé junto à mesa… Os mortos nos visitavam e não podíamos vê-los. Mas, para a tia isso era comum, absolutamente normal.

Outra tia não tinha contato direto com os mortos. Entretanto, existia uma alma penada que a assombrava. Ela via um homem que surgia do nada, em geral ao lado da cama dela. Minha tia descrevia esse homem detalhadamente, a começar pelas roupas que vestia. Só que ela tinha um medo danado dele. Nas ocasiões em que a assombração aparecia ela se desesperava, gritava muito e perdia o controle sobre si. Era difícil acalmá-la. Como as visões em geral aconteciam durante a madrugada minha tia passava o resto da noite na sala com todas as luzes acesas. Em vão meu tio, o marido dela, tentava convencê-la a retornar ao quarto. Ela temia que a assombração ainda estivesse lá e não voltava de jeito nenhum.

Tudo isso para confessar que até a minha adolescência tive muito medo de assombrações, fantasmas, almas penadas etc. Minha vó morreu de câncer e sofreu muito em seus últimos dias. Na véspera do dia em que iria morrer eu estava ao lado dela. Deitada sobre a cama eis que, de repente, ela começa a apontar com o dedo e dizer o nome de pessoas que teriam vindo visitá-la. Todas aquelas pessoas que teriam entrado no quarto estavam mortas. O fato, no momento muito emocionante, serviu como prova aos presentes da existência de almas do outro mundo. Minha avó estava à morte e parentes e amigos já mortos teriam vindo para acompanhá-la na travessia. Horas depois ela faleceu.

Conheço um rapaz que trabalha no comércio. Tem seus afazeres e luta bastante pela sobrevivência. Consta que esse rapaz possui grande mediunidade. Uma vez ao mês ele reúne pessoas próximas e promove uma sessão na qual recebe o espírito de um caboclo que fala através dele. Na ocasião os presentes fazem perguntas ao espírito incorporado e recebem orientações, conselhos e até broncas pelo modo de viver.

Não posso dizer que acredito nessas incorporações espirituais. Tempos atrás perguntei ao médium se não seria algum traço desconhecido de sua personalidade que se exteriorizaria durante as sessões, permitindo a ele emitir voz diferente numa linguagem de caboclo velho, acaipirado. O amigo médium me disse que não tinha a menor noção de como as coisas se passavam. Relatou que quando incorporado não se lembrava de absolutamente nada. Seu corpo era apenas usado como veículo através do qual o caboclo se comunicava com os presentes. Nem mesmo se lembrava do litro de whisky que ingeria e dos charutos que a todo tempo fumava. Aliás, ao tornar a si não apresentava sinais de ter bebido e fumado.

No dia em que conversamos tive vontade de pergunta ao médium se toparia fazer um teste do bafômetro ao final de uma sessão. Mas, desisti e continuo seguindo por aí, torcendo para não dar de cara com alguma assombração.

Manifestações do além

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Assisti no NetFlix ao primeiro capítulo da série “River”. River é o nome do detetive que tem o papel principal da série. Trata-se de um homem envelhecido que acaba de perder sua parceira de investigações. No capítulo o expectador é apresentado a uma trama que se desenvolve lentamente, ao ritmo do detetive que a encabeça. Mas, o que realmente atrai em River é o fato de esse detetive viver no limite entre o real e o imaginário. A todo tempo River dialoga com mortos, inclusive com a parceira que foi assassinada.

Obviamente, River não é um homem comum. Tem senso apurado para investigações, é respeitado pela sua folha de serviços. Depois da morte da parceira seus hábitos de falar sozinho parecem avolumar-se. O modo como se comporta faz com que sua chefe o obrigue a sessões psicoterápicas, às quais ele comparece contra sua vontade. Numa dessas sessões a psicóloga pergunta a ele se tem a impressão de falar com os mortos. A resposta do detetive é interessante. River diz não acreditar na existência de nada após a morte. Para ele não existem fantasmas, a morte é o fim de tudo. Daí chamar de “manifestações” a seus contatos com pessoas que já morreram.

Manifestações? Conheci algumas pessoas sujeitas às tais “manifestações”. Nenhuma delas, entretanto, professava a ideia de que a morte é o fim. Para elas a vida após a morte era um fato, tanto que tinham a capacidade de ver pessoas já mortas. Uma senhora conhecida dizia ter trato cotidiano com os mortos. Certa vez almoçávamos quando, subitamente, ela voltou-se para a porta da sala e disse: fulano de tal está aqui. Era assim.

Não é possível saber-se o que se passa nos momentos que antecedem a morte, mas não é de todo incomum que pessoas nessa situação se refiram à presença de conhecidos que já deixaram este mundo. Presenciei mulher aparentada, momentos antes de falecer, referindo-se à presença de tais e tais pessoas que estariam junto dela. A emoção do momento, a despedida iminente, fez com que alguns dos presentes comentassem serem familiares e amigos já mortos que compareciam para acompanhar a moribunda ao outro mudo, ou plano espiritual superior.

A solução do enigma relacionado ao post-mortem infelizmente não é acessível aos encarnados. A promessa de um mundo superior no qual vivem os espíritos serve como estímulo a muita gente, Mas, não existe qualquer tipo de certeza em relação a isso.

Talvez o detetive River tenha alguma razão ao classificar os estranhos fatos que a ele sucedem como “manifestações”. Entretanto, mesmo essa explicação não soa convincente.

A série “River” parece ser instigante.

No que se acredita

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Curiosamente, tenho ouvido de várias pessoas explicações relacionadas à duração da vida e o que acontece após a morte. Uma estudante me contou que, certa vez, perguntou ao avô porque algumas pessoas, muito bonitas e interessantes, morriam cedo. Na ocasião perdera ela amiga muito próxima e intrigava-a o fato da mocinha ter morrido tão cedo. Respondeu o avô perguntando se ao avistar um jardim muito florido quais flores preferiria ela colher. Respondeu a estudante ao avô que colheria, certamente, as mais belas ao que o avô sentenciou: assim é a vida.

Se há continuidade da existência após a morte não se sabe e o enigma talvez persista até o fim dos tempos. Mas, muita gente acredita que ao vir para esse mundo os espíritos fazem escolhas sobre seus destinos e o tempo que viverão. Assim, quando alguém morre jovem credita-se o fato à previa escolha do interessado que teria vindo ao mundo para cumprir uma missão.

Céticos, religiosos, homens de fé e sem ela, a todos incomoda a indefinição do verdadeiro sentido da vida e o enigma da morte. O mundo atual pode ser mais convulso que o de tempos passados, mas não se pode negar que o homem é o mesmo, pelo mesmo em relação a certas questões essenciais. Hoje em dia fala-se o tempo em crise, em afastamento da presidente, em desajustes políticos, em batalhas intestinas pelo poder. A questão não é nova: há mais de 2 mil anos Brutus assassinou César na entrada do Senado Romano e outra coisa não pretendia senão afastá-lo das lides em relação ao poder.

Quando se perde alguém a quem muito se ama, quando esse alguém desaparece muito cedo, deixando atrás de si um vazio muito grande, nessas ocasiões não há como não interrogar-se sobre o sentido de tudo isso. Afinal, quem somos e para onde vamos? Milhares de páginas escritas pelos melhores filósofos não conseguiram chegar a responder a esses questionamentos. Resta-nos seguir em frente.

Escrito por Ayrton Marcondes

28 outubro, 2015 às 12:39 pm

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Viver outra vez

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Recentemente a atriz Fernanda Torres escreveu sobre envelhecer, dizendo: nunca pensei que isso fosse acontecer comigo. Pois é, acontece a todo mundo, indiscriminadamente. Ninguém escapa, nem mesmo os “eternos mocinhos e mocinhas” que capricham na aparência. De fato, cirurgias plásticas e outros cuidados têm proporcionado excelentes resultados.

Nesta semana um fato inusitado trouxe à luz comentários que deveriam permanecer nas sombras. O também ator Stênio Garcia e sua mulher tiveram suas intimidades devassadas com o vazamento, na internet, de fotos deles nús. A situação em si revoltante deu, também, margem para o exercício da maldade de alguns que valeram-se da oportunidade para destacar o fato do ator ter 83 anos de idade. Não se perdoa a velhice, ainda mais desnudada.

A velhice, na medida em que avança, desperta inquietações a respeito da proximidade do fim. Afinal, como será morrer? Em que circunstâncias? E, pior: o que nos espera após a morte? Será ela o fim de tudo? Ou a alma sobreviverá sobre ela pesando o julgamento dos atos em vida com a premiação da entrada no céu ou a condenação ao inferno? Ou haverá mesmo a reencarnação, consistindo a existência numa série de retornos para aperfeiçoamento do espírito até que se dê por terminada essa tarefa?

De todas as possibilidades talvez a mais assustadora seja a hipótese de reencarnação. Não sei se você já pensou nisso, mas vida terminada gostaria mesmo de nascer de novo e viver outra vez.? Eis aí questão complexa. Quando penso na vida toda, em tudo que consigo me lembrar,nas alegrias e tristezas, nas conquistas e perdas, nas imensas dificuldades, nas boas e péssimas pessoas com quem fui obrigado a conviver, nas injunções dos momentos sociais de cada época, enfim, em tudo, sinceramente fico em dúvida. Viver outra vez? Aperfeiçoar- me? Bah…

Mas, a vida é assim, de nada adianta reclamar. Mais dia, menos dia, a morte fará a sua parte e só então o enigma poderá ter alguma resposta. Gosto muito da imagem de um trem no qual embarcam os mortos. Entretanto, sou adepto apenas da viagem de ida. Quanto a voltar, viver tudo isso de novo por mais gratificante que tenha sido…

Escrito por Ayrton Marcondes

3 outubro, 2015 às 4:58 pm

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Depois da morte

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Ninguém voltou para dizer se o lado de lá existe. Vida após a morte é enigma até hoje sem solução e não parece existir perspectiva de que venha a ser elucidado. As religiões fundam-se na crença de que a vida nesse mundo é passagem, para algumas período de provação. Vida reta e digna, sem pecados, garantiria o privilégio da eternidade no céu. Pecadores seriam condenados ao fogo do inferno, ao sofrimento sem fim. A ser assim seria burrice trocar os poucos anos de existência no planeta pela eternidade sofrendo. Será assim?

Há religiões nas quais a presença de desencarnados é tida como normal. Sessões entre vivos e mortos acontecem a toda hora. A comunicação com os mortos é mais que natural, aliás imperiosa porque quem morre não se desligaria completamente da vida terrena. Médiuns fazem contatos com espíritos. Através da psicografia espíritos ditam a médiuns livros inteiros e bem acabados.

Entretanto, o enigma permanece. O fato é que a certa altura da vida torna-se comum pensar-se no fim. Afinal, como será morrer? Tudo o que vivi e pensei simplesmente deixa de existir. Será a lápide o epílogo da existência física e espiritual?

Trata-se de perguntas sem respostas. Entretanto, o enigma da morte persiste. Evita-se pensar nela, mas em situações inesperadas ela nos atropela. Acontece quando perdemos um ente querido. O velório e o enterro não passam de preâmbulos para uma situação que permanece. A ausência é dolorosa. Aquele com quem convivia-se, com quem trocávamos ideias desapareceu mas, continua vivo na nossa cabeça. A memória não se apaga, no máximo distancia-se com o tempo. Certamente é da vida sublimar-se episódios terríveis dada a necessidade de seguir em frente. Mas, não se faz isso sem pagar alto preço na esfera dos sentimentos.

Os mortos continuam vivos na memória dos que ficam. Não raro surge a impressão de que a pessoa que se foi está ali, bem perto, quase palpável como se ainda fora viva. Sonha-se com pessoas a quem perdemos, surpreendemo-las em situações corriqueiras ao nosso lado. Acordamos, buscando significados nos encontros imaginários engendrados nos sonhos. Estaria aquele que se foi tentando se comunicar?

Nada disso na verdade importa. O que vale é a barreira intransponível que nos separa daqueles a quem amamos e perdemos. Se há algo realmente fascinante na morte é o fato de ser imprevisível e irreversível. Sabemos que ela nos espreita. Estar vivo é como seguir solitário numa floresta na qual, mais cedo ou mais tarde, nos encontraremos com uma fera que nos abaterá. Este é o flagelo do homem.

Escrito por Ayrton Marcondes

22 setembro, 2015 às 11:06 am

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Deus e os homens

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Ouvi de Arnaldo Jabor no “Roda Viva” que, para ele não existe essa coisa de Deus lá e homem aqui. Para Jabor o universo é constituído por uma mesma massa, Deus faria parte dele ou seria o próprio universo. Se bem entendi foi isso que Jabor disse.

A pergunta feita a Jabor - você acredita em Deus? – não comporta um simples sim ou não. A coisa funciona do seguinte modo: se “sim”, por que “sim”? se “não”, por que não”? Entre o “sim” o “não” estabelece-se uma enormidade de razões, tão grandes quanto a duração do tempo.

Nunca me esqueço da pergunta feita pelo jornalista Boris Casoy ao então candidato a prefeito de São Paulo, Fernando Henrique Cardoso: o senhor acredita em Deus? Essa pergunta feita ao vivo e a cores num canal de televisão causou grande embaraço a FHC. Todo mundo sabia que a resposta do candidato seria “não”, mas isso representaria prejuízo eleitoral. Até hoje há quem condene Casoy por fazer pergunta cuja resposta sabia de antemão. No fim, por essas e outras, FHC perdeu a eleição e Jânio Quadros tornou-se prefeito com direito a borrifar detergente para “limpar” a cadeira de prefeito na qual o opositor inadvertidamente havia se sentado.

Tempos atrás assustei-me ao ouvir de uma religiosa já em idade provecta que aproximava-se para ela o momento da morte, portanto de conhecer a verdade sobre a existência do outro mundo. Conclui que de uma pessoa que passara a vida servindo a uma ordem religiosa o mínimo que se poderia esperar era um voto de fé. Para essa mulher a dúvida não deveria existir, não é?

Pois se acontece até com quem fez voto de celibato e assistiu diariamente às missas ao longo da vida, se acontece a quem todo dia reza o terço e se curva diante da imagem do crucificado, que dizer dos mortais comuns que erram nas trilhas desse mundo?

O fato é que chega a ocasião em que nos damos conta de que, queiramos ou não, a morte torna-se palpável. Se você tem mais de 60 anos de idade torna-se óbvio que o tempo disponível à frente não é longo, por mais que insistamos em permanecer por aqui. Nessa circunstância até mesmo aos mais céticos ocorre perguntarem-se sobre como será morrer, a existência de Deus, a vida após a morte e outras indagações do gênero.

Como e quando morrerei? Ao fechar os olhos a minha alma abandonará o corpo e passará a fazer parte de uma esfera espiritual? Haverá de fato uma justiça divina e até a avaliação de meus merecimentos para passar um tempo no purgatório ou ser encaminhado diretamente ao céu ou ao inferno?

Obviamente não existem respostas para essas perguntas. Ninguém que se saiba voltou da morte e os relatos de contatos com os mortos carecem de maior transparência. Na verdade os tempos atuais favorecem mais a descrença que a crença. De modo que se você tem aí na sua cabeça esse problema resolvido, seja lá com for, parabéns. Quanto a mim não há como negar que permaneço em estado crônico de dúvidas não resolvidas.

O inferno pode ser aqui

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“O inferno são os outros” - disse Sartre.  Do que se conclui que as relações entre seres humanos são complexas demais, mesmo entre aqueles cuja convivência pode ser considerada boa.

Há muito anos conheci um senhor que vivia com a mulher numa casa situada nas imediações da Av. Brigadeiro Luís Antônio Antônio, em São Paulo. Por razões que não vêm ao caso acabei morando nessa casa por uns bons três meses. Eu chegava tarde da noite e saia muito cedo de modo que não privei de intimidade com o casal. Ainda assim, certa ocasião cruzei com o dono da casa no momento em que chegava. Era ele então um homem de seus 70 anos de idade e estava sentado na varanda, tomando a fresca da noite. Na ocasião conversamos um pouco e ele, sem que eu perguntasse, passou a falar sobre o seu casamento, confessando que deveria ter-se separado da mulher há uns 30 anos. Concluiu dizendo que por não ter tomado a atitude sua vida fora terrível. Agora estavam, ele e a mulher, velhos e não se suportavam.

Mas, as convivências difíceis não são restritas a casais que vivem juntos. Acontece em toda parte, sendo comum em ambientes de trabalho. Há sempre alguém, um chefe, um chefete, um encarregado, a pessoa vizinha da mesa de trabalho, enfim um homem ou uma mulher que para você se tornam insuportáveis. A coisa fica pior quando por razões financeiras ou contratuais você fica obrigatoriamente ligado a alguém de natureza diversa da sua com a qual é impossível o estabelecimento de qualquer sintonia.

Quando menino aprendi que a vida não termina com a morte. Bons recebem como prêmio a eternidade no paraíso sendo que aos maus destinam-se os horrores do inferno. Existe, ainda, uma instância intermediária, chamada purgatório, onde muitas almas cumprem penas até purificar-se e receber a benção de entrada no paraíso. Crianças quem morrem sem o batismo enfrentam as trevas do limbo, lugar que não sei bem como funciona. Disso tudo discordam os que acham que a vida termina com a morte, os espíritas para quem a reencarnação é um fato e fieis de outras religiões que creem em coisas diferentes.

A esta altura do campeonato sinceramente não sei bem no que acreditar. Daí que diante de tanta coisa errada e distorcida prefiro ficar com o dizer de uma tia minha, já falecida. Mulher sofrida para quem a vida não passava de período de purgação neste mundo ela repetia: o inferno é aqui mesmo.

Os fatos que presencio  no dia-a-dia me levam a supor que talvez a minha tia estivesse mesmo certa.