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Perdido em Marte
O espaço nos fascina. Saber sobre o que existe para além de nossas fronteiras, avançar no desconhecido, desvendar os mistérios do universo… Aventuras do pensamento. Só a magia do cinema logra aplacar pelo menos parte de nossos anseios. Talvez nisso resida grande parte do enlevo a que são arremetidos os cinéfilos diante das desoladoras imagens de Marte exibidas na telona.
Não se pretende aqui falar sobre detalhes do roteiro do magnífico filme de Riddley Scott. O que nos motiva são os momentos de total isolamento da personagem vivida por Matt Demon, o astronauta perdido em Marte. Trata-se de um homem fora do contexto a que estamos habituados, sobrevivendo às custas de dois fatores: coragem e conhecimento. Da fusão dessas duas características emerge um ser eminentemente humano capaz de driblar toda sorte de adversidades, conseguindo, afinal, resultado aparentemente impossível.
Estar longe de nosso mundo, terrivelmente só, pulsante de vida que a cada momento corre o risco de escapar. Percorrer paisagens inóspitas, avançando no desconhecido, acreditando sempre no que parece impossível. A aventura do astronauta isolado no planeta vermelho confunde-se com a própriaria trajetória do homem que conquistou a Terra, sobrepujando-se às demais espécies.
O filme de Riddley fascina, diverte. Mais que isso faz-nos pensar sobre a origem e o destino do homem. Viveremos aqui para sempre? Dominaremos o espaço que nos cerca? Ou nos perderemos como imigrantes em sóis estranhos, ícaros cujas asas não permitem os longos voos alimentados em nossos sonhos?
Ao futuro talvez pertençam respostas às nossas indagações.
Vida no espaço
Volta e meia as atenções se voltam para a possibilidade de vida no espaço. A nossa solidão dentro da vastidão do universo incomoda e estimula a imaginação. Filmes sobre ataques de alienígenas fazem sucesso destacando-se neles a curiosidade pelo aspecto dos extraterrestres. Como são eles? Falam as nossas línguas? De uma coisa estamos certos: já que chegaram aqui, vencendo formidáveis distâncias espaciais, só podem ser mais evoluídos que o homem.
Até o momento a ciência tem como estabelecido que a vida surgiu em nosso planeta há cerca de 4,5 bilhões anos. O mais provável é que os primeiros seres vivos fossem microscópicos e resultantes da união de moléculas que reagiram entre si e se organizaram através de uma sequência de eventos proporcionados pelas condições primitivas da Terra. Depois disso, uma longa história de evolução permitiu a diferenciação progressiva de espécies até o aparecimento das que atualmente conhecemos.
Entretanto, existem hipóteses de que a vida tenha vindo do espaço sob a forma de microrganismos que sobreviveram nos mares primitivos. Contra elas labora o fato de que, durante a travessia espacial até a Terra, essas formas primitivas de vida encontrariam barreiras como altas temperaturas que as destruiriam.
O fato de a vida ter sido gerada em nosso próprio planeta não exclui a possibilidade da existência de seres vivos fora daqui. Frequentemente recebemos notícias sobre a possibilidade da existência de água em outros planetas, condição favorável pelo menos ao surgimento de vida. Mais recentemente cientistas fizeram reviver uma bactéria, batizada com o nome de Herminiimonas glaciei, a qual esteve adormecida sob o uma montanha de 3 km de gelo na Groenlândia durante 120.000 anos. Além de fornecer importantes informações sobre a vida em nosso próprio planeta a bactéria ressuscitada demonstra que seres semelhantes podem ter sobrevivido em condições semelhantes em outros planetas.
A volta à vida da Herminiimonas glaciei pode parecer, à primeira vista, pouco importante. O fato é que sempre esperamos provas contundentes como a comprovação de que naves extraterrestres já estiveram na Terra deixando por aqui alguns de seus tripulantes, aqueles que os governos teimam em esconder. Seria esse, talvez,o caso de Roswell que tanto pano para manga tem dado termos de ficção. Entretanto, nunca será demais lembrar que todos os fatos relacionados ao aparecimento da vida levaram bilhões de anos para acontecer. A civilização em que vivemos teve seus primórdios cerca de 6000 AC. Antes disso os nossos ancestrais vagavam por aí e ainda procuramos detectar com precisão o momento em que puderam realmente ser caracterizados como pertencentes à espécie Homo sapiens. Por essa razão, cada passo no sentido de esclarecer o surgimento da vida na Terra ou a possibilidade de existência dela em outros corpos celestes será sempre um enorme avanço.