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Calor

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No Rio de Janeiro no início do século 20 intelectuais escreviam sobre a quase impossibilidade de escrever sob o grande calor na cidade. O verão do Rio é terrível.  Dias atrás noticiou-se sobre temperaturas de 44º e se sensação térmica na casa dos 50º.

No vasto território brasileiro encontra-se de tudo em termos de temperatura ambiente. No Sul o inverno é rigoroso. Em geral neva em Santa Catarina enquanto no Nordeste o inverno se passa sob o sol forte e temperaturas em torno de 30º.

Há quem ame o calor. Não me refiro ao verão: é ao calor mesmo. Agora mesmo circulei pela cidade acompanhado por um mestre de obras. Sol forte e muito calor, garantindo suores em bicas. A certa altura perguntei ao mestre se gostava do calor. Respondeu-me que não sabia viver sem ele. Amava esses dias muito quentes, sol a pino. Acrescentou que nesse clima está a razão maior da alegria dos brasileiros. Calor e descontração andam de mãos dadas. Não por acaso as gentes dos países frios são menos expansivas. Semblantes sérios, casacos sobre casacos, corpos presos a vestimentas sóbrias e tristes. Pessoas enfrentando nevascas. Inexiste a beleza do ambiente tropical. Foi o que me garantiu o mestre de obras.

Há muitos anos conheci um português, professor universitário, trabalhando no Canadá. Falo-me sobre os longos meses de frio, o isolamento dele e a mulher, a vida fechada que levava tanta gente ao suicídio. Saudades tinha de Lisboa, cidade com vida noturna.

Enfim, cada lugar, cada ambiente tem suas vantagens e restrições. Talvez o mais importante seja o hábito. Para um russo nascido na Sibéria o ambiente gelado é natural. Para um carioca da gema o calorão passa por normal, existe a praia, a cerveja, a beleza dos fins de tarde.

Sempre fui um turista acidental. Pior: dado a pequenos voos. Não conheço a maior parte do mundo. Mas, sou dado a ambientes mais frios. Frios amenos - entenda-se. Para mim as amenidades climáticas – nem frio ou calor excessivos – são ideais.

Cada um com suas manias e querências.

Escrito por Ayrton Marcondes

5 janeiro, 2017 às 3:43 pm

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